Em visita à Rússia, Lula defende multilateralismo e paz na Ucrânia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um balanço de sua visita à Rússia em entrevista coletiva à imprensa, na madrugada deste sábado (10/5) — horário de Brasília. O chefe do Executivo disse ter conversado com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre o fortalecimento do multilateralismo, em meio ao aumento do protecionismo impulsionado pelas políticas tarifárias impostas pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.

“Fiz questão de vir aqui para dizer que o Brasil está defendendo o fortalecimento do multilateralismo. Não é possível que a gente não tenha aprendido uma lição com a importância que foi o multilateralismo depois da Segunda Guerra Mundial”, enfatizou o presidente.

“Querer voltar à teoria do protecionismo não interessa a ninguém, a não ser a quem propôs a ideia. Nós queremos um comércio mais flexível, mais justo, e que a gente possa, inclusive, fazer políticas de favorecimento dos países menores, dos mais pobres”, completou.

Segundo o titular do Planalto, o tema do multilateralismo também será levado ao presidente da China, Xi Jinping, com quem Lula se reunirá na sequência a viagem à Rússia. Além disso, o assunto deve ser abordado durante as discussões da cúpula de líderes do Brics, a ser realizada em julho, no Rio de Janeiro.

Guerra na Ucrânia

Lula também afirmou que conversou com o líder russo sobre a guerra na Ucrânia e reforçou a posição do Brasil de que a paz só será alcançada por meio de uma saída negociada entre os dois países envolvidos. Ele aproveitou para rebater as críticas sobre a visita à Rússia em meio ao conflito.

O presidente brasileiro esteve nas comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, em referência ao fim da Segunda Guerra Mundial. O evento, no entanto, é visto como um gesto de poder do dirigente russo.

“A minha vinda aqui não muda um milímetro o que a gente pensa sobre a paz e o que queremos sobre a paz. Vamos continuar querendo paz e vamos continuar conversando com todas as pessoas que queiram conversar”, frisou.

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