O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, na última quarta-feira (7), um mapa-múndi oficial de forma invertida que tem o Brasil no centro do Mundo. De acordo com o órgão, o mapa com a nova perspectiva foi lançado propositalmente.
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O lançamento é feito no ano em que o país tem uma atuação ainda mais relevante no cenário mundial, com a presidência do Brics e do Mercosul, e o recebimento da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, capital do Pará.
O novo mapa também destaca os países do Brics e o Rio de Janeiro (sede da cúpula deste ano), assim como o Mercosul, países de língua portuguesa e do bioma amazônico, a cidade de Belém e o Ceará, que será sede do Fórum Internacional de Governança do Sul Global.
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Combate de vieses
Em um vídeo publicado no site do IBGE, Maria do Carmo Dias Bueno, diretora de Geociências do instituto, afirma que a formulação do mapa com o Sul apontado para cima e o Norte foi “proposital”, e que o apontamento dos pontos cardeais é uma convenção cartográfica e não se constitui em um erro técnico. Segundo a pesquisadora, o novo mapa-múndi também busca combater alguns vieses.
“Por exemplo, temos um viés sutil em que algumas pessoas, ao verem um mapa com o Norte apontado para cima, atribuem questões boas e valores mais ricos a coisas que estão localizadas na parte superior do mapa. E, ao mesmo tempo, atribuem coisas ruins, valores mais baixos de imóveis, e pobreza, a coisas relacionadas no mapa na porção inferior, ou seja, na porção sul do mapa”, ressalta Maria do Carmo.
Mapa de 1906
Segundo João Pedro Caetano e Carolina Russo Simon, membros da Diretoria Executiva da Associação de Geógrafas e Geógrafos Brasileiros, o mapa-múndi escolhido pelo IBGE é a projeção ECKERT III, apresentada por Max Eckert-Greifendorff (1868-1938) em 1906.
“É esta que está sendo utilizada pelo IBGE, uma projeção cartográfica adequada para mapeamento temático do mundo, pois representa o globo de forma mais equilibrada, distorcendo áreas polares”, destacam os geógrafos.
Ainda de acordo com os pesquisadores, nenhuma projeção cartográfica será completamente fiel à forma dos países e às áreas continentais. Isso porque a terra possui um formato geoidal (arredondado, esférico, elipsoidal).
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