Forte tempestade geomagnética do Dia das Mães criou “bolhas” na atmosfera

Pesquisadores da Universidade de Kyushu, no Japão, descobriram que uma forte tempestade geomagnética recente criou bolhas na atmosfera superior da Terra. O evento ocorreu no Dia das Mães após uma tempestade solar intensa atingir nosso planeta. 

  • Fúria do Sol | Terra foi atingida pela pior tempestade solar há 14 mil anos
  • O que a NASA já sabe sobre a tempestade solar mais forte dos últimos 20 anos

O Sol disparou uma poderosa ejeção de massa coronal, cujas partículas chegaram ao nosso planeta em 10 de maio e causaram uma tempestade geomagnética. Depois, outra mancha solar emitiu mais partículas, que poderiam causar uma nova tempestade até segunda-feira (13). 

A tempestade solar causou belas auroras boreais no hemisfério norte (Matt Houghton/Unsplash)

Eles analisaram os efeitos da tempestade na chamada “camada E”, uma parte da ionosfera terrestre encontrada a mais de 90 km acima do nível do mar. “A camada E esporádica não foi muito estudada durante a tempestade solar, porque parece ser pouco afetada por elas”, comentou Huixin Liu, autor que liderou o estudo. 


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Mesmo assim, ele e os demais autores decidiram analisar esta camada para verificar se a tempestade ocorrida no Dia das Mães causou algum efeito – e deu certo. “O que encontramos foi muito interessante”, acrescentou. A equipe identificou porções de maior densidade na ionização conhecidas como “camadas E esporádicas”, que apareceram repentinamente na ionosfera.

Para coletar os dados, eles trabalharam com os satélites da rede COSMIC-2 e mais de 30 instrumentos em solo. O esforço valeu a pena: eles conseguiram grande quantidade de dados durante a tempestade e após seu fim, que permitiram a criação de um mapa global da atividade da camada esporádica E.

Segundo Liu, a análise mostrou que as camadas esporádicas se formaram após a fase principal da tempestade solar, a chamada fase de recuperação. As camadas ocorreram primeiro a latitudes mais altas, na região dos polos, e se estenderam pouco a pouco para o equador. “Essa característica de propagação de latitudes altas para baixas sugere que as camadas E esporádicas são provavelmente causadas pelos ventos neutros perturbados na região E””, acrescentou. 

Entender este fenômeno é importante para os cientistas, porque pode perturbar as faixas de frequência alta e muito alta da comunicação de rádio, bastante usadas na navegação e em outras áreas. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Geophysical Research Letters

Leia também:

  • Tempestade solar: além de apagões de rádio, o que pode acontecer?
  • Como vai ser a atividade do Sol em 2025?

Vídeo: A Lua está enferrujando?

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.