São Paulo – Quatro mulheres foram detidas, na manhã desta quarta-feira (5/6), na zona leste da capital paulista, distribuindo panfletos da pré-campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) com denúncias contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A ação ocorreu um dia após a Justiça Eleitoral determinar que o PT interrompesse a distribuição de material semelhante, falando sobre supostos esquemas de desvio de dinheiro na gestão Nunes. A diferença é que os panfletos apreendidos com as mulheres detidas é assinado pelo PSol.
O MDB, que havia feito o pedido à Justiça para que o material petista parasse de ser distribuído, requereu no começo da tarde desta quarta-feira a aplicação de multa ao PT.
Os jornais foram criados pela campanha para expor denúncias contra a gestão Nunes e assinam o PSol no expediente [veja abaixo]. As panfletárias foram detidas em frente à estação São Miguel Paulista da CPTM, na zona leste da capital, e foram encaminhadas ao 63º Distrito Policial (DP). A informação foi confirmada pela própria delegacia.

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Expediente de jornal com denúncias contra Nunes é assinado pelo PSol
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Panfletos contra gestão Nunes apreendidos em frente à estação São Miguel Paulista da CPTM
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Jornal distribuído em frente à estação São Miguel Paulista da CPTM
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São Paulo Urgente é o nome do jornal criado pela campanha de Boulos para divulgar denúncias contra Nunes
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Tiragem de ao menos 100 mil panfletos contra Nunes
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Procurado pelo Metrópoles, o PSol ainda não se manifestou. O espaço segue aberto para eventuais esclarecimentos.
O material já havia sido distribuído à militância no ato do Dia do Trabalhador (1º/5), quando o presidente Lula fez campanha para Boulos na capital, e para os pré-candidatos da coligação em torno da chapa Boulos e Marta Suplicy (PT) na Mooca, em 11 de maio. A coligação envolve PSol, PT, Rede, PCdoB, PV, PDT e, mais recentemente, o PMB.
TRE veta panfleto do PT
Na noite dessa terça-feira (4/5), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou, a pedido do MDB, que o PT cessasse a distribuição do material, uma tiragem estimada em 100 mil folhetos.
A princípio, foi determinada busca e apreensão no diretório municipal do partido para recolher os jornais, mas a ação foi revogada após o PT se comprometer a não divulgar mais os panfletos, que continham a assinatura do partido no expediente.
Em relação aos jornais apreendidos nesta manhã, por se tratar de um material feito pelo PSol e distribuído por pessoas sem relação com o PT, há o entendimento, dentro da campanha, de que a decisão judicial não foi descumprida.