Telegram vai informar IP e número de telefone de suspeitos em investigações

O mensageiro Telegram atualizou a política de privacidade nesta segunda-feira (23) e agora informa que pode enviar dados de usuários suspeitos de crimes para as autoridades durante investigações policiais. A empresa diz que realiza uma “análise legal” do caso antes de revelar o endereço IP e o número de telefone da conta envolvida. 

  • Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
  • Telegram alcança 10 milhões de assinantes e desativa a função Pessoas Próximas
  • SocialAI é uma rede social sem outros humanos, apenas com chatbots

O item 8.3 na categoria “com quem seus dados pessoais podem ser compartilhados” da política de privacidade aborda a atuação com autoridades policiais:

“Se o Telegram receber uma ordem válida das autoridades judiciais relevantes que confirma que você é um suspeito em um caso envolvendo atividades criminosas que violem os Termos de Serviço do Telegram, realizaremos uma análise legal da solicitação e poderemos revelar seu endereço IP e número de telefone às autoridades relevantes”, informa o documento.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Além disso, os dados compartilhados são mencionados num relatório trimestral de transparência publicado pela própria desenvolvedora. O site 404 Media informa que antigamente o mesmo parágrafo dizia que os dados seriam revelados apenas em casos de suspeitos de terrorismo — portanto, o app decidiu ampliar a ação para suspeitos de diferentes crimes, desde que exista uma ordem judicial.

Mensageiro poderá ceder dados de usuários para autoridades se estes forem suspeitos em investigações criminais (Imagem: Amin Moshrefi/Unsplash)

Mudanças na moderação

É importante reforçar que a falta de cooperação do Telegram com autoridades policiais foi um dos principais motivos para a prisão do CEO do app, Pavel Durov, na França, no final do mês de agosto. 

O executivo ficou detido por quatro dias no país europeu como parte de uma investigação contra cibercrimes na plataforma. Após a soltura, publicou uma nota para informar que o mensageiro “não é um paraíso anárquico” e está comprometido com reguladores nacionais e regionais para ter o “equilíbrio certo” entre privacidade e segurança.

Após a mudança na política de privacidade, Durov publicou outro comunicado em seu canal do Telegram nesta segunda-feira e trouxe iniciativas para conter ações criminosas na plataforma. O CEO diz que a busca do app “infelizmente é abusada por pessoas que violam nossos Termos de Serviço para vender bens ilegais” e que um grupo de moderadores atuou para torná-la mais segura nas últimas semanas. 

Durov ainda menciona que a empresa “quis deixar claro que os endereços IP e números de telefone daqueles que violarem as regras podem ser revelados para autoridades relevantes em resposta a pedidos legais válidos”. Na visão do executivo, as medidas devem desencorajar os criminosos por lá e a empresa “não vai deixar maus atores comprometerem a integridade de nossa plataforma para quase um bilhão de usuários”.

Vale destacar que no começo do ano, antes da detenção, Pavel Durov disse que não pretendia mudar o sistema de moderação de conteúdo do app. 

VÍDEO: TÁ FRACO O SINAL? ANTENNAGATE

 

LEIA TAMBÉM:

  • TikTok expande assinaturas pagas para criadores de conteúdo que não fazem lives
  • WhatsApp vai deixar você escolher como limpar notificações no ícone do app
  • Senacon questiona pré-instalação de apps de apostas em celulares

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.