Quem é Chiquinho Brazão, citado na delação de Ronnie Lessa

O deputado federal Chiquinho Brazão é o irmão do meio de dois outros políticos do Rio de Janeiro, Pedro e Domingos Brazão. A família tem o reduto político e eleitoral em Jacarepaguá, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, historicamente dominado pela milícia.

Chiquinho Brazão foi citado na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. A colaboração foi homologada no Supremo Tribunal Federal porque o deputado tem foro privilegiado, não necessariamente porque é o mandante do crime.

Brazão foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo MDB por doze anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.

Em 2018, Brazão foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito para a Casa legislativa pelo União Brasil.

Chiquinho nunca havia citado no caso Marielle e alega ter tido um bom convívio e relação com Marielle Franco nos dois anos que dividiram o plenário da Câmara dos Vereadores carioca. Entretanto, o nome de seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas da União, apareceu no depoimento do miliciano Orlando Curicica sobre o crime à Polícia Federal.

Curicica foi um dos chefes da milícia em Jacarepaguá, território político da família Brazão. O miliciano disse à Polícia Federal em 2019 que participou de um encontro no Rio em que um dos chefes do “Escritório do Crime” e um policial militar que trabalhou como assessor de Domingos Brazão, discutiram, no entendimento dele, o assassinato da vereadora Marielle Franco.

No relatório da Polícia Federal daquele ano, a corporação afirma que “Domingos Inácio Brazão é, efetivamente, por outros dados e informações que dispomos, o principal suspeito de ser o autor intelectual dos crimes contra Marielle e Anderson”.

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