Exame de sangue detecta câncer colorretal com 83% de precisão

O número de casos de câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino ou câncer de cólon e reto, está aumentando no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Entretanto, um novo exame de sangue pode facilitar a detecção deste tipo de tumor, quando a probabilidade de cura é maior. Com o diagnóstico precoce, o risco de morte cai em 90%.

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Conforme apontam os resultados preliminares publicados na revista The New England Journal of Medicine, o exame de sangue pode detectar o câncer colorretal com 83% de precisão. 

Para ser mais preciso, o exame de sangue “apresentou 83% de sensibilidade para câncer colorretal, 90% de especificidade para neoplasia avançada e 13% de sensibilidade para lesões pré-cancerosas avançadas”, afirmam os cientistas, no artigo. 


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Segundo os autores, a taxa é semelhante a outros exames já usados no diagnóstico de tumores no cólon e no reto, mas ainda é inferior à colonoscopia — método considerado padrão-ouro na detecção de tumores no intestino, mas considerado como invasivo. 

Exame de sangue para câncer colorretal

Desenvolvido por pesquisadores do Centro de Câncer Fred Hutchinson, nos Estados Unidos, o novo exame que promete facilitar o diagnóstico do câncer de intestino ainda não está amplamente disponível, mas isso deve mudar em breve.

Afinal, “os resultados do estudo são um passo promissor no desenvolvimento de ferramentas mais convenientes para detectar precocemente o câncer colorretal, ao mesmo tempo em que é mais facilmente tratado”, afirma William M. Grady, gastroenterologista do centro e um dos responsáveis pela invenção, em nota.

Como o exame diagnostica o câncer colorretal?

Apelidado de Guardant’s Shield, o exame detecta sinais do câncer colorretal no sangue a partir do DNA que é eliminado pelos tumores. Este tipo de material genético recebe o nome de DNA tumoral circulante (ctDNA). 

Novo exame de sangue detecta sinais do câncer colorretal na corrente sanguínea, com boa precisão (Imagem: Julost/Envato)

Hoje, o ctDNA já é usado em testes de “biópsia líquida”, aqueles que monitoram a possível reincidência do câncer em pessoas que foram tratadas para a doença. Outros exames também buscam esses fragmentos no sangue, como forma de detecção precoce.

Vantagens do exame de sangue

“Vemos pessoas mais jovens contraindo o câncer colorretal e, agora, é o terceiro tipo de câncer mais comum em pessoas com menos de 50 anos”, afirma o médico Grady. No Brasil, são estimados 45,6 mil novos diagnósticos todos os anos. 

Neste cenário, a ideia é transformar os exames de sangue em um teste de rotina, já que é pouco invasivo. Dependendo dos resultados, outros exames, com maior nível de precisão, podem ser solicitados para o paciente. 

“O câncer colorretal é comum e muito evitável com rastreamento, mas apenas cerca de 50% a 60% das pessoas elegíveis para rastreamento realmente fazem esses testes”, lembra Grady. O novo exame pode representar um ponto de virada no combate deste tipo de tumor.

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