Caso Marielle Franco: advogados deixam defesa de Ronnie Lessa após delação homologada por STF

 

Os advogados Bruno Castro e Fernando Santana abandonaram, nessa quarta-feira (20), a defesa do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o executor do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018.

O abandono da defesa foi anunciado depois de Ronnie Lessa fechar um acordo de delação premiada com a Justiça. Segundo os advogados, o escritório para o qual trabalham não atua para delatores. Trata-se de uma ideologia jurídica.

“Nossa indisposição à delação é genérica e pouco importa o crime cometido, quem tenha cometido e/ou contra quem foi cometido”, afirmam os advogados. “Não atuar para delatores é uma questão principiológica, pré-caso, e nada tem a ver com qualquer interesse na solução ou não de determinado crime”.

Castro e Santana atuaram por cinco anos para Ronnie Lessa. Nesse período, trabalharam em 12 processos contra o ex-policial militar. Os advogados disseram que o cliente foi notificado sobre a “aversão ao instituto processual da delação premiada”. O procedimento, segundo eles, é realizado protocolarmente com todos os clientes.

“A partir de hoje não somos mais advogados de Ronnie Lessa”, declarou a dupla de advogados. “Nos cinco anos em que atuamos nos processos, honramos nosso juramento como advogados, mesmo sob perseguição, mesmo sob ameaças, mesmo sob a falta de discernimento sobre nosso trabalho como defensores”.

O que Ronnie Lessa delatou para o STF?

A delação de Ronnie Lessa foi aprovada na terça-feira (19), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo o gabinete do magistrado, foram analisados os requisitos de “regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal”.

O ex-policial teve uma audiência com Moraes na segunda-feira (18). Na sessão, o ministro confirmou “a voluntariedade da manifestação da vontade”.

Em sua delação, o acusado citou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE), Domingos Inácio Brazão, como executor intelectual dos assassinatos.

Fonte: Revista Oeste

 

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