PMs que atiraram e mataram jovem em BMW que furou blitz viram réus

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) aceitou a denúncia contra três policiais militares que atiraram contra uma BMW que furou o bloqueio de uma blitz, em outubro de 2023. Os PMs são acusados de homicídio e tentativa de homicídio. No caso, Islan da Cruz Nogueira, 24 anos, que estava no banco do passageiro da BMW morreu ao ser atingido por um dos disparos.

De acordo com a denúncia do Ministério Público (MPDFT), quando o motorista da BMW, o empresário Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior, se recusou a abrir os vidros para desembaçar o carro e fugiu, um dos militares, “mesmo prevendo a possibilidade de atingir a vítima, atirou em direção ao veículo e atingiu o banco do passageiro”.

“No mesmo contexto, e mesmo prevendo a possibilidade de que a vítima fosse atingida, os policiais militares que estavam no segundo ponto de contenção, também atiraram contra o veículo e atingiram o banco do passageiro. Um disparo efetuado atingiu a vítima Islan”, completa a denúncia.

Os PMs são todos 2º sargento. Um deles vai responder por homicídio qualificado com emprego de arma de uso restrito e os outros dois por tentativa de homicídio.

Procurara, a PMDF informou que “não comenta sobre policiais submetidos a decisões judiciais”.

Relembre o caso

O caso ocorreu em 28 de outubro de 2023, e a sentença é desta segunda-feira (12/8). Na ocasião, policiais que participavam da blitz atiraram contra o veículo e atingiram Islan da Cruz Nogueira, à época com 24 anos. O jovem estava no banco do carona e morreu na hora.

No dia do ocorrido, a PMDF havia montado uma blitz da Operação Álcool Zero na DF-010, em área próxima a bares. Por volta das 23h, Raimundo foi parado.

Os PMs chegaram a pedir que ele descesse do veículo. No entanto, o empresário não obedeceu ao comando e arrancou com o carro. O motorista atropelou um policial militar e tentou fugir.Veja o vídeo do momento:

Pela gravação, é possível ouvir os policiais mandando o motorista descer do veículo. Na sequência, os militares dispararam contra a BMW em fuga.

Pouco depois de escapar, já na altura do Eixo Monumental, Raimundo parou o automóvel e se entregou. Em seguida, os PMs encontraram um passageiro ferido por tiros dentro do carro do empresário.

6 imagens

Empresário ficou preso preventivamente, mas foi liberado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Motorista é engenheiro civil e empresário
Raimundo furou bloqueio policial durante blitz na DF-010
Foto da identidade do empresário
Raimundo dirigia sob efeito de álcool, segundo laudo do Instituto de Medicina Legal (IML)
1 de 6

 Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior

Reprodução

2 de 6

Empresário ficou preso preventivamente, mas foi liberado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Reprodução

3 de 6

Motorista é engenheiro civil e empresário

Reprodução

4 de 6

Raimundo furou bloqueio policial durante blitz na DF-010

Reprodução

5 de 6

Foto da identidade do empresário

Reprodução

6 de 6

Raimundo dirigia sob efeito de álcool, segundo laudo do Instituto de Medicina Legal (IML)

Reprodução

Empresário inocentado

Em agosto, o TJDFT  inocentou Raimundo do crime de tentativa de homicídio.  O empreendedor era considerado réu por tentar matar atropelado o PM na DF-010 no momento da fuga.

“É possível ver nitidamente que o réu, de fato, fez uma manobra para o lado direito, mas apenas com intenção de ‘sair da traseira’ do [Renault] Kwid [que estava a frente], em nenhum momento lançando o veículo [a BMW] na direção do policial. [Ele] encostou levemente o para-choque dianteiro nas pernas do policial, nitidamente com o propósito de que o policial se afastasse para o lado, e, assim, [que] pudesse fugir. O policial assim fez, e o contato superficial [nem] sequer foi capaz de empurrá-lo, muito menos de derrubá-lo”, destacou o juiz na decisão.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.