Derrite fala em “politização” de morte de criança em ação da PM

São Paulo — O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse nesta quarta-feira (6/11) que a morte do menino de 4 anos baleado durante uma ação policial no Morro do São Bento, em Santos, está sendo usada politicamente por adversários. Em sessão da Assembleia Legislativa, Derrite acusou a deputada Paula Nunes, da Bancada Feminista do Psol, de fazer “vitimismo barato” sobre a tragédia.

Ryan da Silva Andrade morreu na noite dessa terça-feira (5/11) durante uma suposta troca de tiros entre policiais militares e suspeitos. O garoto foi levado para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu. Um adolescente de 17 anos também foi morto.

De acordo com o porta-voz da PM Emerson Massera, o disparo que atingiu Ryan “provavelmente” partiu da arma de um policial. Moradores do Morro do São Bento afirmam que, na verdade, só policiais efetuaram disparos.

“Não tem ninguém aqui comemorando morte”, disse Derrite na Alesp. “Pelo contrário, estamos lamentando a morte de uma criança de quatro anos que não tem nada a ver com o que aconteceu”.

“Lamento muito que uma deputada estadual faça um vitimismo barato dentro da Assembleia Legislativa usando a morte de um menino de 4 anos para fazer politicagem. Não vou falar sobre a ocorrência, quem tem que falar sobre a ocorrência é o inquérito da Polícia Militar que foi instaurado, é o inquérito da Polícia Civil que foi instaurado”, acrescentou o secretário.

Assista:

 

 

Ryan da Silva Andrade é filho de Leonel Andrade Santos, de 36 anos, morto por policiais militares na mesma região em 9 de fevereiro, durante a Operação Verão.

O homem tinha uma deficiência na perna e andava de muleta. Apesar disso, os PMs envolvidos na ocorrência, do Comando de Operações Especiais (COE), disseram que ele estava armado e teria atirado. Jefferson Ramos Miranda, de 37 anos, amigo de Leonel, também foi morto.

Adolescentes baleados

Além de Ryan, os policiais militares envolvidos na ocorrência balearam dois adolescentes, de 17 e 15 anos, que, segundo o registro da ocorrência, teriam atirado contra os agentes. O mais velho morreu no local.

Segundo Derrite, os menores de idade ostentavam fotos com armamentos nas redes sociais.

14 imagens

Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024

Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024
Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024
Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024
Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024
1 de 14

Beatriz da Silva Rosa, mãe do menino Ryan, caminha em março de 2024 pelo Morro São Bento, em Santos

William Cardoso/Metrópoles

2 de 14

Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024

William Cardoso/Metrópoles

3 de 14

Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024

William Cardoso/Metrópoles

4 de 14

Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024

William Cardoso/Metrópoles

5 de 14

Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024

William Cardoso/Metrópoles

6 de 14

Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024

William Cardoso/Metrópoles

7 de 14

Morro São Bento, em Santos, durante a Operação Verão, em 2024

William Cardoso/Metrópoles

8 de 14

Polícia Militar durante a Operação Verão, em Santos, no litoral de São Paulo

William Cardoso/Metrópoles

9 de 14

Polícia Militar durante a Operação Verão, em Santos, no litoral de São Paulo

William Cardoso/Metrópoles

10 de 14

Polícia Militar durante a Operação Verão, em Santos, no litoral de São Paulo

William Cardoso/Metrópoles

11 de 14

Polícia Militar durante a Operação Verão, em Santos, no litoral de São Paulo

William Cardoso/Metrópoles

12 de 14

Polícia Militar durante a Operação Verão, em Santos, no litoral de São Paulo

William Cardoso/Metrópoles

13 de 14

Polícia Militar durante a Operação Verão, em Santos, no litoral de São Paulo

William Cardoso/Metrópoles

14 de 14

Polícia Militar durante a Operação Verão, em Santos, no litoral de São Paulo

William Cardoso/Metrópoles

“A Polícia Militar foi agredida por arma de fogo por nove indivíduos armados. Até teve uma fala de uma deputada dizendo que eram adolescentes, eram crianças. Mas nas redes sociais eles ostentavam fotos com armamentos”, disse Derrite.

“Mamãe, quero morrer”

O Metrópoles esteve no Morro do São Bento em março deste ano e conversou com Beatriz da Silva Rosa, esposa de Leonel e mãe de Ryan. Na ocasião, ela relatou o desespero do filho diante da morte do pai.  Segundo ela, Ryan dizia que queria morrer para que pudesse reencontrá-lo.

Assista:

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.