Ex-ministros do PT e entidades criticam abandono do Arquivo Nacional

Uma carta aberta endereçada à ministra Esther Dweck, de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, que pede valorização aos arquivos públicos brasileiros e seus servidores, chegou à marca de 550 assinaturas desde que foi lançada no final da noite de quarta-feira (6/11).

O texto já foi endossado por dois ex-ministros de governos anteriores do PT: Ana Hollanda, que comandou a Cultura no primeiro mandato de Dilma; e Renato Janine Ribeiro, que tocou a Educação, no final da segunda gestão de Dilma.

Além deles, também manifestaram apoio Celina Vargas do Amaral Peixoto e Jaime Antunes, dois ex-diretores de mais prestígio do Arquivo Nacional. Ex-diretores da Associação Nacional de História (Anpuh) também assinaram a carta.

O documento diz que a situação dos arquivos é crítica desde o governo de Michel Temer, e, mesmo “contrariando as expectativas”, ela prossegue no governo Lula.

“Convertido em uma secretaria do MGI, o Arquivo Nacional deixou de ser um órgão independente, perdendo seu orçamento próprio e enfrenta hoje severas limitações financeiras e burocráticas que paralisam funções essenciais e impedem o cumprimento da missão institucional. Projetos de pesquisa, eventos como o Arquivo em Cartaz e a II Conferência Nacional de Arquivos, bem como o recolhimento e a disponibilização de novos acervos, encontram-se suspensos. Além disso, a reativação de setores estratégicos, como o Memórias Reveladas, anunciada de maneira ostensiva, enfrenta dificuldades significativas”, diz trecho da carta.

No final de outubro, conforme mostrou a coluna, com o retorno do período de chuvas em Brasília, o Arquivo Nacional sofreu com goteiras e peças, e parte do acervo se molhou. Servidores tiveram de cobrir às pressas armários que guardam documentos históricos. Segundo o órgão, nenhum documento foi danificado pela água.

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