Funcionários sentem desconforto ao admitir uso de IA no trabalho, mostra estudo

Cinco em cada dez trabalhadores sentem desconforto ao contar às lideranças que utilizam ferramentas de inteligência artificial no trabalho. É o que mostra uma pesquisa global do Slack divulgada nesta terça-feira (12), que mostra um panorama da IA dentro dos escritórios.

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O estudo foi conduzido pelo Slack com 17,3 mil trabalhadores do Brasil, Alemanha, Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão, Países Baixos, Reino Unido, Singapura, Suécia e Suíça, entre 2 e 30 de agosto de 2024.

Segundo o levantamento, 48% dos entrevistados informam que se sentem desconfortáveis ao revelar o uso de IA para tarefas cotidianas aos seus gestores. A sensação de que o uso da tecnologia é uma trapaça, além dos medos de se mostrar menos competente e parecer preguiçoso, estão entre os principais motivos.


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No Brasil, também existe a apreensão em relação à segurança do trabalho ou o medo de ser substituído. Confira a lista de tarefas mais usadas entre os brasileiros que participaram do estudo:

  • Escrever mensagens para seu gerente: 23%;
  • Avaliar o desempenho de seus subordinados diretos: 20%;
  • Escrever mensagens para colegas de trabalho no mesmo nível: 19%;
  • Escrever e-mails de divulgação para clientes: 15%;
  • Fazer um brainstorming de novas ideias para projetos: 14%;
  • Analisar dados: 13%;
  • Resolver tickets de suporte: 13%;
  • Projetar apresentações: 11%;
  • Resumir notas de reunião: 11%;
  • Criar publicidade ou texto criativo: 6%;
  • Escrever código: 5%.

“Nossa pesquisa mostra que mesmo que a IA ajudasse você a concluir uma tarefa de forma mais rápida e eficiente, muitas pessoas não gostariam que seus chefes soubessem que a usaram”, disse a chefe do Workforce Lab do Slack, Christina Janzer. “Os líderes precisam entender que essa tecnologia não existe apenas em um contexto empresarial de ‘Posso fazer o trabalho da forma mais rápida e eficaz possível’, mas em um contexto social de ‘O que as pessoas pensarão se souberem que usei essa ferramenta para obter ajuda?’”

Queda no interesse

A IA ainda está em alta entre as empresas. Ao estudo, 99% dos executivos informaram que vão investir em inteligência artificial neste ano, enquanto 97% sentem algum nível de urgência para incorporar a tecnologia em seus negócios.

Por outro lado, o ritmo de adoção não está no mesmo patamar de antes, uma vez que as taxas de entusiasmo sobre a IA caíram seis pontos percentuais em todo o mundo. O destaque gira em torno dos resultados da França e dos EUA, que apresentaram estagnação depois que vinham apresentando uma alta no interesse desde janeiro de 2023.

Além do desconforto já mencionado, outros fatores pesam na balança, como a percepção de que as ferramentas ainda não atendem as expectativas

No estudo, os entrevistados afirmaram que gostariam de usar o tempo economizado pela IA para atividades sem relação com o trabalho. Contudo, quando questionados como priorizariam a folga na prática, a maioria informou que focaria em tarefas administrativas e em projetos fundamentais.

“Os funcionários estão preocupados que o tempo que economizam com a IA irá, na verdade, aumentar sua carga de trabalho — com os líderes esperando que eles façam mais trabalho, em um ritmo mais rápido”, comentou Janzer.

O terceiro fator para o desânimo gira em torno da falta persistente e significativa de treinamento em IA. Segundo o estudo, apenas 7% dos trabalhadores de escritório se consideram especialistas no tema.

Enquanto isso, a maioria dos entrevistados passou menos de cinco horas aprendendo a usar IA. Do outro lado, três em cada dez trabalhadores afirmaram que não tiveram nenhum treinamento em IA, incluindo nenhuma aprendizagem ou experimentação autodirigida.

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