Entenda o que é e como funciona o G20, presidido pelo Brasil neste ano

 

O Rio de Janeiro sedia na próxima semana o principal encontro do G20 no período em que o Brasil ocupa a presidência do grupo. A Cúpula de Líderes deve ocorrer na segunda (18) e na terça-feira (19), no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio.

Encontros entre negociadores dos países-membros ocorrem no país desde dezembro de 2023. Ao todo foram 130 reuniões, das quais 21 ministeriais. Todas elas foram preparatórias para este encontro.

As discussões giram em torno da governança global nas principais questões econômicas e diplomáticas do planeta. O Brasil elegeu como prioridades de sua presidência o debate sobre combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável e reforma da governança global.

Contudo, temas da agenda mundial também devem dominar os debates, como os conflitos no Oriente Médio e a ofensiva russa sobre a Ucrânia.

O que é o G20?

É a abreviação de Grupo dos 20, que reúne os países com as maiores economias do mundo. Os Estados-membros se encontram anualmente para discutir iniciativas econômicas, políticas e sociais. O grupo se define como o principal fórum de cooperação econômica internacional, com “papel importante na formação e no fortalecimento da arquitetura e da governança global em todas as principais questões econômicas internacionais”.

Quais são os países que integram o grupo?

O grupo é formado por 19 países e dois blocos econômicos. São eles: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia e União Africana (que participa pela primeira vez, depois de entrar no grupo em 2023).

Números divulgados pela própria organização afirmam que, juntas, as nações representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) global, mais de 75% do comércio mundial e quase dois terços de toda a população.

Como surgiu?

O G20 foi fundado em 1999, após uma crise financeira na Ásia. O objetivo inicial do fórum era reunir ministros da Economia e presidentes de bancos centrais dos países-membros para discutir questões econômicas.

A partir de 2008, diante do crescimento da importância dos países emergentes na economia global e após a crise financeira global, as reuniões passaram a contar com a presença de chefes de Estado e de governo. Os temas também se tornaram mais amplos, incluindo tópicos como desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia e meio ambiente.

Como funciona o grupo?

A presidência do G20 é rotativa, e a cada ano um país-membro diferente é escolhido para liderar o grupo. O país em questão fica responsável por formular a agenda do grupo no período e serve de anfitrião para a cúpula do evento naquele ano, recebendo não só representantes dos demais integrantes do bloco como também os de nações convidadas. Por fim, o presidente do grupo define quais serão os temas debatidos durante o encontro.

O Brasil recebeu da Índia a presidência do grupo em 1º de dezembro de 2023 e o chefia por um ano, quando passará o bastão para a África do Sul.

Que temas serão debatidos?

O Brasil elencou três temas prioritários a serem debatidos sob sua presidência: combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável e reforma da governança global.

Como ocorrem os debates?

Foram realizadas cerca de 130 reuniões virtuais e presenciais dos grupos de trabalho e forças-tarefas que compõem o G20. As discussões são divididas em duas “trilhas”: Sherpas e Finanças.

A Trilha Sherpa, cujo nome faz referência a uma etnia nepalesa que guia alpinistas ao cume do monte Everest, é composta por emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações, discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho.

O coordenador desta trilha, indicado pelo presidente Lula, é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.

A trilha de Finanças trata de assuntos macroeconômicos estratégicos e é comandada pelos ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros. A coordenadora da Trilha de Finanças é a economista e diplomata Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.

Quais são as principais reuniões?

O principal encontro é a Cúpula do G20, que tem como objetivo reunir todos os chefes de Estado e de governo do grupo. Ela ocorre nos próximos dias 18 e 19, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro.

A reunião de chanceleres, ocorrida em fevereiro deste ano, foi a primeira de nível ministerial sob a presidência do Brasil. Ela ocorreu na Marina da Glória e foi seguida por um encontro entre ministros da Fazenda (e pastas equivalentes) e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros, em São Paulo.

Outras reuniões ministeriais foram realizadas antes da Cúpula de chefes de Estado. Elas ocorreram majoritariamente no Rio de Janeiro, mas também em São Paulo, Brasília, Fortaleza, Belém, Maceió, Salvador, Cuiabá, Manaus, Foz do Iguaçu e Washington (Estados Unidos).

Fonte: Folha de S.Paulo

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.