Lula no G20: COP30 será última chance contra colapso climático

Rio de Janeiro – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta terça-feira (19), a terceira sessão da Cúpula de Líderes do G20, dedicada ao desenvolvimento sustentável e à transição energética. Durante seu discurso, Lula fez um apelo para que países desenvolvidos antecipem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040, argumentando que sem essa iniciativa, o mundo enfrentará uma ruptura irreversível no sistema climático.

“A COP30, em Belém, será nossa última chance de evitar essa ruptura. Precisamos de uma governança climática mais forte e de um compromisso real para acelerar o Acordo de Paris”, declarou.

Chamado à ação e justiça climática

Lula ressaltou a importância da justiça climática e do princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Ele criticou as nações ricas por não assumirem suas responsabilidades históricas.

“Sem credibilidade, os países desenvolvidos não podem exigir ambição dos outros. Proponho que antecipem suas metas de neutralidade climática e ampliem o financiamento para o Sul Global”, disse Lula.

O Brasil, segundo o presidente, já adota metas ambiciosas. Entre elas, uma redução de emissões entre 59% e 67% até 2035, com base nos níveis de 2005, e a erradicação total do desmatamento até 2030.

Criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU

Lula propôs a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, com o objetivo de articular processos, atores e mecanismos fragmentados. Segundo ele, esse conselho seria fundamental para alinhar esforços internacionais e garantir que metas climáticas sejam cumpridas.

Além disso, destacou a importância do reconhecimento dos povos indígenas e comunidades tradicionais na preservação das florestas e na luta contra as mudanças climáticas.

Brasil na liderança climática

Lula apontou avanços brasileiros, como a redução de 45% no desmatamento em dois anos e a liderança em energias renováveis, com 90% da matriz elétrica brasileira limpa. Ele também elogiou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, desenhado com apoio do G20, que remunera países que mantêm suas florestas em pé.

No entanto, enfatizou que os esforços brasileiros serão insuficientes sem um compromisso global. “Mesmo que não derrubemos mais árvores, a Amazônia continuará ameaçada se o resto do mundo não agir contra o aquecimento global”, alertou.

Compromissos assumidos no G20

A Declaração de Líderes do G20 aprovou medidas para acelerar uma reforma na arquitetura financeira internacional, com foco em financiar uma transição energética justa e acessível, especialmente para populações vulneráveis.

Além disso, o grupo reforçou a importância de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C e promover ações coordenadas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Entenda, saiba mais tire suas dúvidas

O que é a COP30 mencionada por Lula?
A COP30, que será realizada em Belém, é a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Lula a definiu como a última oportunidade para evitar um colapso climático irreversível.

Por que Lula pede antecipação das metas climáticas?
O presidente argumenta que metas atuais, como neutralidade até 2050, são insuficientes para conter os danos climáticos já em curso.

Qual é a proposta de Lula para a ONU?
Ele propôs a criação de um Conselho de Mudança do Clima, voltado para articular esforços globais e acelerar a implementação de políticas climáticas.

Quais as ações climáticas lideradas pelo Brasil?
O país apresentou metas de redução de emissões, combate ao desmatamento e fortalecimento da matriz energética renovável.

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