BOs por crime de racismo aumentam 10 vezes em 4 anos no estado de SP

São Paulo — O número de registros de boletins de ocorrência de crime de racismo no estado de São Paulo aumentou pouco mais de 10 vezes de 2020 a 2023, saltando de 447 para 4.776 casos — um crescimento de 968,5%. Os BOs são referentes a lei 7.716/89, em que os crimes podem ser registrados em cinco tipos de intolerância diferentes: racial/etnia/cor; homofobia/transfobia; origem; religioso e outros.

Sancionada em 1989 pelo então presidente José Sarney, a lei torna crime o preconceito de raça ou cor. Os dados divulgados nessa segunda-feira (18/11) pela Ouvidoria da Polícia são de um relatório que busca entender, entre outros, o impacto da alteração mais recente do texto, realizada em 2023, em que injúria racial passou a se incorporar ao crime de racismo.

Não à toa, 2023 é o ano com maior quantidade de BOs registrados desde 2020. Além disso, de 2022 para 2023 houve um aumento de 218% do número de casos, passando de 1.499 casos para 4.776.

Intolerância racial

Quando analisados somente os boletins de ocorrência por intolerância racial/étnica/de cor, há um salto de 262 boletins registrados em 2020 para 1.178 em 2023; um aumento percentual de quase 350%.

O local do crime mais apontado no ano de 2020 e 2021 foi “residência”. No ano de 2022 e 2023, o protagonismo dos crimes é da “via pública”.

As primeiras cidades com mais ocorrências de 2020 a 2022 foram São Paulo (74,92%), Itatiba (3,54%), São Bernardo do Campo (3,22%), Jundiai (2,89%), Suzano e Guarulhos (2,57%).

De 2022 a 2023, São Paulo (69,21%), capital do estado, permanece como a cidade com mais registros de BOs por intolerância racial. Em seguida há as cidades de Guarulhos (6,60%), Campinas (4,69%), Sorocaba (3,30%) e São Bernardo do Campo (3,08%).

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