Rara estrela binária é encontrada próximo ao buraco negro da Via-Láctea

 

Estrelas binárias são algo bastante comum no Universo – na verdade, apenas uma minoria das estrelas é formada sozinha. Apesar disso, pesquisadores nunca haviam observado um desses sistemas na proximidade do Saggitarius A*, buraco negro que fica no centro da Via-Láctea. Pelo menos não até agora.

Um artigo publicado nessa terça-feira (17), na Nature Communications descreve uma estrela binária no cluster estelar S, um local de densa população de estrelas que orbita o buraco negro central da nossa galáxia. Para isso, foi necessário utilizar um método diferente de observação. “Esse foi o ponto crucial do nosso estudo”, disse Florian Peißker, pesquisador da Universidade de Colônia e autor do estudo. “Investigar e analisar todas as noites. Os dados das gravações são mais ruidosos, mas ainda bons o suficiente. Foi assim que identificamos a estrela binária”.

O que se costuma fazer é pegar observação de momentos diferentes do ano para investigar esses aglomerados, mas o que o grupo fez foi coletar dados diários. Ao utilizar dados recentes e de gerações anteriores de telescópios, eles conseguiram identificar esse tipo raro de estrela – a primeira do cluster S, mas a sexta se levar em consideração regiões um pouco mais distantes do buraco negro.

Esse achado ainda ajuda a compreender um outro processo. Cálculos matemáticos sugerem que as estrelas desse cluster deveriam ser muito antigas, mas as observações mostram que os astros são consideravelmente jovens. “Até agora, era um mistério como estrelas tão jovens podiam se formar tão perto de Sgr A*”, disse Michael Zajaček, coautor do estudo.

A estrela binária observada, contudo, deve se fundir muito em breve – em algum momento entre as próximas décadas e o próximo milênio. Isso gerará um astro novo, o que pode ajudar cientistas a compreenderem a juventude dos pontos luminosos que rodeiam o buraco negro. “A descoberta deste sistema estelar binário expandirá significativamente nosso conhecimento sobre a formação de estrelas”, explica Zajaček.

Aparentemente, ainda temos muito a descobrir sobre os céus – seja sobre os nossos vizinhos distantes, seja sobre os nossos vizinhos mais distantes ainda.

Fonte: VEJA

 

 

 

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