Desavenças e arsênio: o que falta saber sobre caso do bolo envenenado

Em 23 de dezembro de 2024, uma família celebrava uma confraternização em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, quando consumiu um bolo envenenado com arsênio. O incidente resultou na morte de três familiares e na internação de outras quatro pessoas, incluindo a mulher que preparou o doce.

Após comerem o bolo, morreram as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, de 59. A filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, também faleceu. Outras três pessoas foram hospitalizadas, inclusive uma criança, que já recebeu alta.

Irmã de Neuza e de Maida, Zeli Terezinha Silva do Anjos, de 61, foi quem preparou o bolo e levou para a confraternização em família. Ela também comeu o bolo e está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.

A principal suspeita de ter envenenado o bolo é Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli. Segundo a polícia, as duas teriam uma desavença antiga.

Entenda quem é quem na trama do bolo envenenado e veja fotos dos integrantes da família: 

7 imagens

Principal suspeita de envenenar o bolo

Intriga familiar e arsênio: o que falta esclarecer sobre o crime do bolo envenenado
Bolo que matou três pessoas no RS era tradição natalina da família, conta amiga
1 de 7

Arte/Metrópoles

2 de 7

Principal suspeita de envenenar o bolo

Reprodução/Redes sociais

3 de 7

Intriga familiar e arsênio: o que falta esclarecer sobre o crime do bolo envenenado

Reprodução/Redes sociais

4 de 7

5 de 7

Reprodução

6 de 7

Bolo que matou três pessoas no RS era tradição natalina da família, conta amiga

Divulgação / Polícia Civil

7 de 7

Maida Berenice Flores da Silva (à esquerda), Tatiana Denize Silva dos Santos (ao centro) e Neusa Denise da Silva dos Anjos (à direita) morreram após comerem um bolo no RS

Reprodução/TV Globo/Record TV

Desavença familiar de 20 anos

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou uma coletiva nessa segunda-feira (6/1) para esclarecer algumas questões pendentes, mas ainda há dúvidas sobre pontos principais do caso.

As autoridades informaram que uma desavença familiar de mais de 20 anos entre a suspeita, Deise, e sua sogra, Zeli dos Anjos, pode ter motivado o crime. A polícia não divulgou nenhum detalhe sobre o conflito.

Arsênio

Nos exames de sangue, urina e conteúdo estomacal das vítimas, foi detectada a presença de arsênio, uma substância extremamente tóxica que pode causar a morte. O veneno foi colocado na farinha usada para preparar o bolo, envenenando as vítimas.

A polícia analisou o caso e confirmou que a origem do envenenamento foi a farinha, que continha arsênio.

Não foi revelado quando ou como a substância foi adicionada nem quando Deise teria planejado envenenar a família. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) afirmou que, em depoimentos de testemunhas, a suspeita teria pesquisado na Internet sobre o arsênio.

Marido de Deise

Deise é nora de Zeli dos Anjos, uma das vítimas. A foto de capa do Facebook de Zeli exibe a mulher rodeada de familiares na antevéspera de Natal de 2021. Na imagem, aparece um bolo exatamente igual ao que teria envenenado a família em dezembro de 2024.

Além das mulheres, a imagem também mostra o marido de Deise e filho de Zeli, cujo nome não foi informado. A polícia não revelou se o marido da suspeita está acompanhando o caso nem o seu paradeiro.

Deise comeu o bolo?

Uma questão que ainda não está clara é se a suspeita também comeu o bolo que resultou na morte dos familiares.

Até o momento, Deise passou por audiência de custódia nessa segunda-feira (6/1). A Justiça decretou sua prisão temporária por 30 dias. O delegado Marcos Vinicius, responsável pelo caso, disse ao Metrópoles que a prisão será mantida.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.