Por que casos de virose aumentam no verão? Saiba como se prevenir

Um surto de virose no litoral paulista vem chamando a atenção dos brasileiros nos últimos dias. Centenas de pessoas procuraram atendimento médico com sintomas parecidos, incluindo vômito, febre e diarreia. Casos como esses são recorrentes no verão.

O principal motivo é a proliferação de vírus no calor que se combina com o aumento da exposição das pessoas no período de férias — em praias, parques, shoppings e festas lotadas — e ao relaxamento sobre os cuidados de higiene e consumo de alimentos.

“O período quente e úmido favorece a disseminação dos vírus e bactérias”, aponta a pediatra Nathália Sarkis, que atende em Brasília. “Além disso, as pessoas acabam não lavando as mãos de forma correta e consomem água e alimentos em lugares públicos, que podem estar armazenados de forma incorreta e contaminados”, explica a pediatra.

O infectologista Igor Marinho, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que, embora sejam conhecidos popularmente como “viroses”, os quadros podem ser causados também por bactérias. Em situações mais raras, eles podem ser desencadeados por infecções por vermes que causam infecções intestinais.

Esses quadros podem ocorrer em pessoas de diferentes faixas etárias. “É mais comum vermos síndromes respiratórias e diarreicas nas crianças, mas podem acontecer com a mesma frequência nos adultos”, esclarece o médico.

Sintomas de virose de verão

Os sintomas são bastante inespecíficos. Os pacientes podem desenvolver sintomas gripais, mas o mais comum é a recorrência dos gastrointestinais. Eles podem incluir:

  • Tosse;
  • Congestão nasal;
  • Febre;
  • Diarreia;
  • Vômito;
  • Náusea;
  • Falta de apetite;
  • Dor abdominal;
  • Dor muscular;
  • Dor de cabeça;
  • Desidratação.

O médico Thallys Ramalho, coordenador da pediatria do Hospital Santa Helena, da Rede D’Or, aponta que é fundamental estar atento aos sinais de alerta, principalmente em crianças e idosos. “Diminuição da urina, recusa alimentar, presença de sangue nas fezes, sede excessiva e aumento da frequência e do volume da diarreia devem ser levados em consideração”, afirma.

Recuperação e tratamento

Os pacientes costumam melhorar espontaneamente, em um período de alguns dias. Para essas pessoas, é indicado beber bastante água para melhorar a hidratação e evitar bebidas adoçadas e refrigerantes. Analgésicos e medicamentos para a febre podem aliviar os sintomas.

“Geralmente, os sintomas têm início abrupto e podem durar de alguns dias a uma semana, dependendo do vírus envolvido e da imunidade do paciente”, considera Ramalho.

Pessoas que não apresentam melhora dentro de alguns dias ou têm recorrência de episódios de vômitos e diarreia podem precisar ser hospitalizadas para que medicações endovenosas sejam aplicadas.

Prevenção

A melhor forma de se prevenir é evitar consumir água e alimentos de origem desconhecida, higienizar muito bem as mãos, evitar grandes aglomerações e tomar banho em águas de praia ou de rios que estejam avaliadas como próprias para banho. Além disso, é importante a hidratação.

“Manter-se sempre hidratado no verão ajuda a evitar esse tipo de situação”, afirma o infectologista Marinho.

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