Menino faz redação sobre “bullying sexual” e denuncia estupro do tio

A Justiça do Distrito Federal condenou, na última sexta-feira (10/1), um homem acusado de abusar sexualmente de quatro crianças, todas do sexo masculino e sobrinhas do abusador. As práticas de violência foram descobertas após um dos meninos escrever uma redação na escola, em março de 2024,  com o título “Bullying Sexual”. No texto, ele relatou os abusos sofridos.

O adolescente responsável pela redação relatou em depoimento que começou a ser alvo das investidas do tio em 2019. Duas outras vítimas sofriam desde 2014. A quarta vítima passou a ser abusada em 2022. Todos os crimes foram cometidos na casa do homem ou de outros parentes, como avó e tias dos meninos nas regiões de Santa Maria, Vicente Pires e Jardim Botânico.

Em depoimento, todos os meninos confirmaram os abusos. As práticas do homem iam desde tocar as partes íntimas dos meninos até expor as crianças a conteúdo pornográfico. Um deles relatou que foi tocado e beijado pelo tio logo após ele voltar do culto da igreja em que atuava como músico. Na ocasião, o menino disse que estava mexendo no celular quando o homem entrou em casa, o tocou e o beijou à força.

Outra vítima contou que foi tocada pelo tio quando estava tomando banho de banheira com o irmão. “[…] entrou de cueca na banheira e passou a bucha por dentro da cueca da criança, de forma libidinosa”, detalha o processo.

Quando as crianças se demonstravam incomodadas, o homem as ameaçava. Ele dizia que, caso contassem às mães, elas “também estariam em perigo”.

Denúncia a condenação

Após uma das vítimas entregar a redação com os relatos do crime, o professor entregou o material à coordenação e a escola chamou a família do menino para revelar os fatos. As mães dos outros meninos, então, questionaram os filhos sobre os acontecimentos e as crianças revelaram o horror que sofreram por anos.

Em depoimento, o acusado confirmou ter abusado “apenas uma vez” de dois dos sobrinhos. Ele negou ter mostrado vídeos com conteúdo pornográfico para as crianças.

O homem ficou preso preventivamente durante o processo. Na última sexta (10/1), o juiz do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Águas Claras,  o condenou a 26 anos e cinco meses de reclusão.

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