Remédio fica mais barato com queda da patente? Entenda o futuro do Ozempic

Em 2026, está prevista a queda da patente do Ozempic, popular remédio da Novo Nordisk, prescrito para o tratamento do diabetes tipo 2. De forma off-label (fora da bula), o medicamento também é usado para a perda de peso. Na corrida pelo fim da exclusividade de produção, laboratórios nacionais já trabalham em pesquisa para genéricos ou mesmo similares, o que deve reduzir o preço

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Para entender o futuro do Ozempic (remédio que tem a semaglutida como princípio ativo) é preciso pensar na Lei dos Medicamentos Genéricos (Lei 9.787, de 1999), que já completou mais de 25 anos de existência no país e facilita acesso a medicamentos considerados caros.    

Independentemente do tipo de remédio, o direito de venda com exclusividade de uma farmacêutica é de 20 anos em todo o país. Este prazo começa a contar no momento em que o registro de patente é solicitado, o que explica o fim da patente da semaglutida estar próximo, mesmo que ainda seja considerada “novidade”. 


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Muito além do Ozempic genérico, existem mais de 3,8 mil medicamentos do tipo já registrados no Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De modo geral, todos são mais baratos que a versão original, o que também deve ocorrer, daqui a alguns meses, com a semaglutida.

Depois da queda da patente de um remédio

Quem desenvolve um novo medicamento é proprietário da patente (propriedade intelectual), com exclusividade de fabricação e venda, mas a duração é limitada. Com a queda da patente, outras empresas podem produzir versões genéricas, que devem conter obrigatoriamente o mesmo princípio ativo, segurança e eficácia do original

Caso Venvanse na versão genérica

Entre os exemplos mais recentes de queda de patente, está o remédio Venvanse, desenvolvido pela farmacêutica Takeda, para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH). O direito de exclusividade acabou no ano passado e, nas farmácias brasileiras, já é possível ver a diferença no valor.  

Valor de remédio cai com a versão genérica e queda da patente, o que deve acontecer no Brasil com o Ozempic (semaglutida) a partir de 2026; isso já aconteceu com o Venvanse (Imagem: Jeshoots/Pexels)

Sem considerar as promoções, o remédio de referência custa cerca de 480 reais (28 comprimidos, cada um com 30 g). Já o genérico, conhecido apenas como dimesilato de lisdexanfetamina, sai por 280 reais, na mesma concentração e quantidade.

O Venvanse é apenas um desses casos com a diferença de preços, mas isso também foi observado na queda da patente do Viagra (citrato de sildenafila), produzido pela Pfizer, para homens com disfunção erétil. Na realidade, esta é a “regra” para a maioria dos medicamentos prescritos no Brasil. 

Qual é a diferença entre genérico, similar e referência?

Para entender o futuro do Ozempic no Brasil, é preciso compreender a diferença entre as três seguintes nomenclaturas:

  • Medicamento de referência: é o remédio “original”, ou seja, a primeira versão que surgiu nas farmácias, com uma proposta inovadora para tratar determinada condição de saúde;
  • Medicamento genérico: remédio com o mesmo princípio ativo, dose, fórmula  farmacêutica, eficácia e segurança do medicamento de referência;
  • Medicamento similar: o remédio é igual ao de referência no quesito de composição, mas é identificado por um nome comercial próprio. Quando podem ser trocados pelo remédio de referência, com base em testes, eles são chamados de “similares intercambiáveis”.

Queda da patente do Ozempic

Como já mencionamos, com a queda da patente do Ozempic em 2026, outras empresas poderão comercializar versões genéricas do medicamento e oportunamente versões similares entrarão no mercado.

Em paralelo, é possível que Ozempic genérico seja incluído no Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso ao tratamento de diabetes tipo 2, de forma gratuita para os brasileiros. Inclusive, a cidade do Rio de Janeiro já verifica a possibilidade de adotar a caneta na rede pública de saúde. 

Qual será o preço do genérico?

No momento, ainda não dá para saber o valor final da fórmula com semaglutida, já que a entrada dos genéricos ainda pode demorar mais do que o originalmente previsto. Isto pode ocorrer em consequência de questões jurídicas, por exemplo.

Entretanto, a nova versão deve ter preços no mínimo 35% mais baixos em comparação ao de referência, como costuma ser observado nas farmácias. Considerando que o preço atual é de cerca de mil reais por mês, o genérico deve custar pelo menos 650 reais, mas não há garantias deste valor.

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