Macron exige menos diplomatas venezuelanos na França

O Ministério da Europa e Relações Exteriores francês ordenou que a embaixada venezuelana em Paris “reduza sua equipe diplomática” em resposta à decisão anterior de Caracas de limitar o número de diplomatas franceses a três, informou a diplomacia francesa nessa quarta-feira (22/1).

A solicitação foi feita nessa segunda-feira (20/1), e os agentes venezuelanos envolvidos têm cinco dias para deixar a França.

“Esta decisão é uma medida de reciprocidade, após a decisão das autoridades venezuelanas (…) por razões que rejeitamos categoricamente”, afirmou o porta-voz da diplomacia francesa.

Em 14 de janeiro, Caracas impôs a redução da presença diplomática francesa na Venezuela. Além da França, Holanda e Itália foram afetadas pelas mesmas medidas.

O regime de Nicolás Maduro decidiu que os três países europeus poderão ter apenas três diplomatas em suas embaixadas na Venezuela. Caracas considera que esses países tiveram “comportamento hostil” ao questionarem a reeleição do presidente.

O ministro venezuelano Yván Gil também determinou que “os diplomatas devem ter autorização por escrito do Ministério das Relações Exteriores para se deslocarem a mais de 40 quilômetros da Praça Bolívar”, no centro de Caracas.

Na quarta-feira (15/1), a União Europeia lamentou “profundamente” a decisão da Venezuela e pediu que o país revogue a ordem.

“Inépcia”

Milos Alcalay, que já atuou como embaixador da Venezuela na Romênia, Israel e Brasil, e como vice-ministro no Ministério das Relações Exteriores e representante permanente da Venezuela nas Nações Unidas, critica duramente a decisão de Maduro. Para ele, restringir os quadros das diplomacias europeias é uma “espécie de inépcia” e “quem mais vai sofrer são os venezuelanos”, completa o opositor do regime.

“Estabelecer o descontentamento limitando as ações de países tão importantes como a França, a Itália ou a Holanda continua com a mesma dialética de confrontação que isola a Venezuela, impondo condições muito semelhantes às da era stalinista, onde limitavam as saídas dos diplomatas a tantos quilômetros fora de Moscou. Mas o efeito é absolutamente negativo para todos”, avalia.

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