Cães sentem cheiro de traumas em nosso hálito

Um pequeno experimento revelou uma habilidade surpreendente dos cães. Pesquisadores da Universidade Dalhousie, no Canadá, descobriram que os cachorros conseguem sentir cheiro de memórias relacionadas a traumas do passado, como resultado de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), apenas ao farejar o hálito humano.

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Para chegar a essa conclusão, a equipe avaliou se dois cães conseguiriam identificar o sofrimento de uma pessoa momentos antes de ela se recordar de eventos adversos do passado.

Na pesquisa, a técnica foi utilizada por antecipação, assim como nos casos em que cães farejam doenças antes mesmo de serem diagnosticadas, a fim de evitar sofrimento devido a “flashbacks” que trazem lembranças terríveis.


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Farejando traumas

Para testar a habilidade canina, os pesquisadores convidaram um grupo que fazia parte de outro estudo sobre estresse pós-traumático, que avaliava como os voluntários reagiam ao lembrar-se dos eventos. Do total de participantes, 54% foram diagnosticados com TEPT.

Além de farejar câncer e outras doenças, cães podem identificar cheiro de estresse pós-traumático (Imagem: Helena Lopes/Pexels)

Dessa parcela, foram recrutados 26 voluntários para que os cães farejassem seus hálitos. Cada um deles usou uma máscara facial enquanto respirava tranquilamente, até ser induzido a lembrar daquilo que lhe causou o trauma.

Recrutando os cães do estudo

De um rol de 25 animais, foram escolhidos apenas dois: Ivy e Callie. As cadelas se mostraram mais motivadas a participar da pesquisa. Sendo assim, ambas foram treinadas para farejar diferenças entre hálitos de pessoas calmas e estressadas, em amostras de máscaras usadas pelos voluntários — sendo 26 calmos e 26 estressados.

Callie conseguiu distinguir os cheiros 81% das vezes, enquanto Ivy acertou 74%. Um ponto interessante do estudo é que os pesquisadores descobriram que Callie conseguia distinguir mais os cheiros relacionados a vergonha, enquanto Ivy “diagnosticava” mais os compostos químicos relacionados à ansiedade do TEPT. 

Para Laura Kiroja, autora principal do estudo, a ideia do que cada cachorro considerava uma amostra de “estresse” diferia ligeiramente. “Especulamos que Ivy estava sintonizada com os hormônios do eixo simpático-adreno-medular (como a adrenalina) e Callie era orientada para os hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (como o cortisol, hormônio relacionado ao estresse)”.

Isso faz com que Ivy tenha desempenhado um papel ligeiramente melhor que Callie em termos de precisão, já que o início dos sintomas de TEPT depende dos hormônios do eixo simpático-adreno-medular.

O estudo, apesar de pequeno, oferece um norte para que mais pesquisa com cães farejadores sejam conduzidas, a fim de provar essa capacidade “nova” do faro canino.

Leia a matéria no Canaltech.

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