São Paulo — O Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que não sabia o número de mortos na Operação Verão, realizada na Baixada Santista, litoral sul de São Paulo. A fala foi feita em evento realizado na manhã desta terça-feira (2/4) e que fazia parte da agenda do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
No evento, Derrite ainda mencionou que os 56 mortos eram suspeitos de cometer crimes e participar de confrontos com a polícia, que, segundo ele, reagiu.
“Olha, eu nem sabia que eram 56, eu não faço essa conta. Infelizmente são 56. Para mim, o ideal é que não fosse nenhuma, mas no mundo real em que a gente vive, a negligência do combate ao crime organizado no Brasil e no estado de São Paulo chegou num ponto que qualquer viatura policial vai sofrer disparo de arma de fogo”, afirmou.
O secretário ainda lembrou do agente que perdeu um olho em confronto e mencionou os policiais que morreram em combate, três desde janeiro, quando foi perguntado por jornalistas: “O senhor mencionou 56 e talvez tenha se esquecido de mencionar os policiais que faleceram cumprindo a sua missão. Nós perdemos o soldado Cosmo, Patrick Reis, o cabo Silveira, o sargento Guilherme, que perdeu um olho, ficou internado muito tempo na Santa Casa”, concluiu.
Fim da Operação Verão
A declaração de Derrite vem um dia após o anúncio do fim da terceira fase da Operação Verão, ação realizada pela Polícia Militar na Baixada Santista que deixou 56 mortos em supostos confrontos com os agentes. Críticas e denúncias de prática de tortura e execução rondaram a iniciativa, que durou cerca de quatro meses e atuava em bairros pobres na região.

Soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo
Soldado Samuel Wesley Cosmo, no batalhão da Rota na capital paulista
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Kaique da Silva Coutinho, conhecido como “Chip”, é apontado como autor dos disparos que mataram o soldado Cosmo, da Rota
Divulgação/SSP

Soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo
Soldado da Rota foi o segundo PM morto no litoral paulista neste ano
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Kennedy Cosmo e Samuel Wesley Cosmo
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Policial militar de São Paulo Samuel Wesley Cosmo, soldado lotado nas Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota)
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Família pede doações a viúva e filhas de soldado da Rota morto
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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou, em nota, que a Operação Verão serviu para combater o crime organizado “por meio da asfixia financeira do tráfico de drogas”. Ainda segundo a pasta, haverá uma ampliação de efetivo para 341 PMs, que irão atuar de maneira permanente nas cidades da região.
O balanço da Secretaria diz que, desde dezembro, 1.045 infratores foram presos (438 eram procurados pela justiça) e 47 menores apreendidos.