Janeiro de 2025 bate recorde de calor para o mês no planeta

Janeiro deste ano foi o mais quente já registrado, informou o serviço climático europeu Copernicus nesta quinta-feira (6/2). A medição contrariou as expectativas de que as condições mais frias do fenômeno La Niña pudessem conter a sequência de temperaturas recordes no mundo.

Segundo o Copernicus, janeiro registrou temperaturas globais médias 1,75 °C mais quentes do que os níveis pré-industriais, prolongando uma série persistente de recordes históricos em 2023 e 2024.

Os cientistas do órgão esperavam que esse período excepcional de calor diminuísse após a transição entre o El Niño, fenômeno que aquece o Oceano Pacífico e que teve pico em janeiro de 2024, e sua fase oposta, capaz de resfriar as temperaturas, o La Niña.

No entanto, o calor permaneceu em níveis recordes ou próximos disso desde então, gerando debates entre cientistas sobre quais outros fatores poderiam estar impulsionando o aquecimento além do esperado.

“Janeiro de 2025 é outro mês surpreendente, dando continuidade às temperaturas recordes observadas nos últimos dois anos, apesar do desenvolvimento das condições do La Niña no Pacífico tropical e seu efeito de resfriamento temporário nas temperaturas globais”, afirmou Samantha Burgess, líder estratégica para o clima no Centro Europeu para Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, que abastece os dados do Copernicus.

A região sul e leste da Europa ajudaram a puxar as temperaturas para cima, superando os índices registrados entre 1991 e 2020. Norte do Canadá, Alasca, Sibéria, África, Austrália e a porção sul da América do Sul também foram mais quentes em janeiro. Em contraste, as temperaturas ficaram abaixo da média na Islândia, Reino Unido e Irlanda.

Segundo o Copernicus, os dados sugerem “uma desaceleração ou interrupção na transição” para o La Niña, que pode desaparecer completamente até março.

“É isso que torna a situação um pouco surpreendente… Não estamos vendo esse efeito de resfriamento, ou pelo menos uma pausa temporária na temperatura global, que esperávamos observar”, disse Julien Nicolas, cientista climático do Copernicus.

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