Empresária que agrediu casal gay em SP vira ré por golpe de R$ 200 mil

São Paulo — A Justiça de Santa Catarina aceitou a denúncia do Ministério Público do estado (MPSC) e tornou ré a empresária Jaqueline Santos Ludovico, acusada de estelionato por aplicar um golpe de mais de R$ 200 mil contra uma empresa automotiva de Tubarão, no sul do estado catarinense. Em São Paulo, Jaqueline responde na Justiça por ter agredido um casal gay em uma padaria em Santa Cecília, no centro da capital, e por ter atropelado um homem de 32 anos na avenida Francisco Matarazzo, na zona oeste.

De acordo com a denúncia do MPSC apresentada à 2ª Vara Criminal da Comarca de Tubarão na última quinta-feira (30/1), Jaqueline ofereceu supostos serviços de publicidade por meio de sua empresa, que foram contratados pela vítima por R$ 339 mensais.

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A mulher foi identificada como a agressora de casal gay

Jaqueline Ludovico em redes sociais
Depois da divulgação do caso, Jaqueline Ludovico bloqueou contas em redes sociais
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Nas redes sociais, Jaqueline aparece também com cabelos escuros

Reprodução/ Redes Sociais

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A mulher foi identificada como a agressora de casal gay

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Jaqueline Ludovico em redes sociais

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Depois da divulgação do caso, Jaqueline Ludovico bloqueou contas em redes sociais

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Então, a representante da empresa automotiva foi contatada por um falso representante de cartório, que alegou que esse contrato havia sido protestado e exigiu pagamentos para evitar “prejuízos graves” à empresa.

Com isso, a vítima fez diversas transferências via Pix entre setembro e novembro de 2021, somando R$ 200 mil. Veja:

  • 4/11/2021: R$ 8.618,40 e R$ 2.872,80
  • 5/11/2021: R$ 6.945,70 e R$ 7.336,06
  • 9/11/2021: R$ 15.372,52, R$ 6.861,74 e R$ 10.745,00
  • 11/11/2021: R$ 25.050,00, R$ 916,00 e R$ 15.722,41
  • 18/11/2021: R$ 17.840,00, R$ 13.446,25 e R$ 21.038,92
  • 24/11/2021: R$ 47.496,56
  • Total: R$ 200.262,36

O promotor Rafael Rauen Canto aponta no texto que Jaqueline cometeu o crime de estelionato por seis vezes, de forma continuada, e fixou o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração penal em R$ 200.262,36.

O Metrópoles procurou a defesa da empresária e aguarda retorno.

Ataque homofóbico

Jaqueline é a mulher que apareceu em um vídeo agredindo um casal gay em uma padaria na Santa Cecília, no centro de São Paulo, em fevereiro de 2024. As imagens foram gravadas pelo engenheiro civil Adrian Grasson, 32, e mostram o momento em que a mulher os agride fisicamente, os xinga e diz que “valores estão invertidos”. Ele estava junto com o namorado, o assessor de imprensa Rafael Gonzaga, 32 anos.

Rafael Gonzaga saiu com o nariz sangrando após as agressões físicas.

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Rafael Gonzaga, 32 anos, teve sangramento nasal após levar um soco da agressora

Trecho do boletim de ocorrência registrado pelas vítimas na Polícia Civil de São Paulo (PCSP)
Empresária agrediu e cometeu homofobia contra casal gay em São Paulo
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Caso ocorreu na madrugada de 3 de fevereiro de 2024, no bairro Santa Cecília, em São Paulo (SP)

Material cedido ao Metrópoles

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Rafael Gonzaga, 32 anos, teve sangramento nasal após levar um soco da agressora

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Trecho do boletim de ocorrência registrado pelas vítimas na Polícia Civil de São Paulo (PCSP)

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Empresária agrediu e cometeu homofobia contra casal gay em São Paulo

Material cedido ao Metrópoles

Além dos ataques, a mulher proferiu falas homofóbicas contra o casal. “Só que eles acham que são viados e podem fazer o que eles querem, até onde a gente está… de boa. E está achando que pode fazer o que quer, porque dá o c*. E os valores estão sendo invertidos, tá?! Tá bom?! Eu sou de família tradicional, tenho educação. Diferente dessa porra aí”, disparou.

Em outro momento, ela disse que é “branca”, afirmou que é “mais macho” que Adrian e o chamou de “lixo”. “Você nasceu homem”, continuou.

Pela ação, Jaqueline foi indiciada pela Polícia Civil por lesão corporal e injúria racial e é ré no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) pelos crimes de injúria racial, lesões corporais e ameaças.

Atropelamento

Jaqueline Santos Ludovico foi presa em flagrante em junho de 2024 por atropelar um homem de 32 anos na avenida Francisco Matarazzo, na zona oeste de São Paulo.

Câmeras de segurança registraram o momento em que a empresária atinge a vítima com seu Honda HRV vermelho em alta velocidade. O rapaz chegou a sinalizar que estava na faixa de pedestre.

Jaqueline fugiu, porém voltou para o local do acidente com a irmã. Os agentes responsáveis pela ocorrência relataram que a empresária apresentava sinais de embriaguez e se negou a passar pelo bafômetro.

Ela foi presa em flagrante e, horas depois, a detenção foi convertida à domiciliar porque, segundo a Justiça, a mulher ter filhos menores.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o 91º Distrito Policial (Ceasa) registrou o caso como lesão corporal culposa na direção de veículo, fuga de local de acidente e embriaguez ao volante.

Por esse caso, Jaqueline foi indiciada, e a Justiça analisa neste momento uma denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

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