Gelo da Groenlândia derrete em velocidade alarmante, dizem cientistas

Em observação realizada por cientistas da Universidade de Durham, no Reino Unido, foi descoberto que as rachaduras na camada de gelo da Groenlândia cresceram consideravelmente nos últimos cinco anos. Novas imagens de mapas 3D revelaram que elas estão mais largas e profundas.

A observação, publicada na última segunda-feira (3/2) na revista Nature Geoscience, surpreendeu os cientistas. As imagens sugerem que a massa da Terra está se descompactando mais rápido do que o esperado anteriormente.

O crescimento das fendas preocupa os cientistas porque as fissuras causam derretimento das geleiras, que podem elevar o nível do mar da Groenlândia e da Antártida em até 20 metros.

Quais são as consequências?

Conhecidas como fendas, a maioria dessas rachaduras ficam ao redor das bordas da camada de gelo. Por lá, são canalizados gelo e água derretida para o oceano. Porém, as fissuras também liberam calor para o interior das geleiras.

Esse processo, segundo os especialistas, pode gerar um efeito dominó que levaria ao derretimento das geleiras, aumentando o nível do mar.

Os cientistas analisaram oito mil mapas tridimensionais da superfície da ilha, obtidos através de imagens de satélite de alta resolução. Foram comparados o formato, o tamanho e a distribuição das rachaduras entre os anos de 2016 e 2021. A partir daí, foi possível examinar como as fendas estão se comportando em relação ao aquecimento global.

Após cinco anos de observação, revelou-se que houve o crescimento de até 25% das fissuras na camada de gelo, com destaque para fendas presentes nas regiões costeiras, onde foi detectado o maior aumento.

A perda de gelo em áreas costeiras foi compensada por grandes ganhos na geleira Jakobshavn, localizada na Groenlândia Ocidental. Essa geleira normalmente avança cerca 50 metros por dia, colocando-a como a de fluxo mais rápido da Terra.

Entre 2016 e 2018, Jakobshavn desacelerou tanto, devido a um influxo de água fria do Atlântico Norte, que o gelo preencheu suas rachaduras e se acumulou na geleira. Por causa desse processo, as fendas na camada de gelo da Groenlândia diminuíram em 4%, em média, entre 2016 e 2021.

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