Empresas brasileiras avançam em ESG com projetos de impacto

Em um cenário desafiador, onde há questionamentos sobre o retorno financeiro das iniciativas de ESG e desinvestimentos, empresas brasileiras demonstram compromisso com ações de longo prazo.

Nos Estados Unidos, os ativos sob gestão de fundos ESG caíram de R$ 1,7 trilhão no segundo trimestre de 2024 para R$ 1,5 trilhão no terceiro trimestre, conforme dados da Lipper.

No Brasil, entretanto, o panorama é diferente. A pesquisa “Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras 2024”, de Beon ESG, Nexus e Aberje, revela que práticas sustentáveis estão se consolidando. A pesquisa mostrou que 51% dos negócios de médio e grande porte já adotam práticas ESG, um avanço de 14 p.p. em relação a 2021.

Um exemplo dessa transformação é o Grupo Carrefour Brasil, que considerou tamanho, liderança de mercado e impacto social para definir uma estratégia de sustentabilidade em três pilares: combate à fome e desigualdade, inclusão e diversidade, e proteção do planeta e biodiversidade.

No pilar “Combate à Fome e às Desigualdades”, atua em ações estruturais e emergenciais como doações para ONGs como a Ação Cidadania e o Sesc Mesa Brasil, com meta de 10 mil toneladas de alimentos em 2025.

Além disso, em 2023, foi a primeira empresa privada a participar do projeto com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social para contratação de beneficiários do Bolsa Família. “Superamos cinco vezes a meta inicial, com 53 mil brasileiros contratados até o fim de 2024”, detalha Susy Yoshimura, diretora sênior de Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil.

No pilar “Inclusão e Diversidade”, o grupo promove ações de equidade racial, de gênero e inclusão de pessoas com deficiência. Atualmente, 36% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres e 35% por pessoas negras.

A empresa também oferece programas para colaboradores como o P.O.D.E.R., que acelera carreiras de pessoas negras, e Mulheridades, voltado às mulheres. Ambos já atenderam mais de 5 mil pessoas.

Em “Proteção do Planeta e Biodiversidade”, o grupo se compromete com a sustentabilidade dos biomas brasileiros e a sustentabilidade das comunidades locais.

A rastreabilidade da carne vendida nas lojas é um exemplo de como garantir uma produção com respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente. Os fornecedores são homologados de forma rigorosa para que não haja desmatamento, invasões de terras indígenas e trabalho escravo.

Além disso, a companhia se comprometeu a reduzir as emissões de carbono. Serão 50% menos emissões dos Escopos 1 e 2 até 2030, e 70% menos até 2040, com base em 2019. Em 2024, o grupo já reduziu 47% das emissões, com o uso de equipamentos de refrigeração eficientes, energias renováveis, e implementação de economia circular nas embalagens.

O grupo também criou o Comitê de Florestas em 2022 para adotar práticas de conservação dos biomas, o Fundo de Florestas (2023) com investimento de R$ 50 milhões até 2026 para proteção aos biomas, e o “Floresta Faz Bem”, projeto que oferece produtos fabricados com ingredientes nativos, respeitando as comunidades locais.

Para Susy Yoshimura, a transformação precisa envolver toda a sociedade. “É fundamental que empresas, sociedade civil e demais atores trabalhem por compromissos que impactem positivamente toda a paisagem”, conclui.

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