De policial do DF a deputado: quem é Tabanez, alvo de operação da PF

Carlos Tabanez, ex-policial civil e ex-deputado distrital pelo MDB, é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) que apura fraudes em licitações e contratos públicos. A informação foi noticiada pela coluna Tácio Lorran, na manhã desta terça-feira (11/2).

Atualmente empresário e proprietário de um dos principais clubes de tiro de Brasília, Tabanez está associado à empresa R7 Facilities, responsável pela manutenção da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). A empresa tornou-se alvo de investigações após a primeira fuga registrada em um presídio federal de segurança máxima no país.

Após aposentar-se como policial civil do Distrito Federal, Tabanez ingressou na política, chegando a ocupar uma cadeira na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Paralelamente, consolidou-se no setor empresarial, destacando-se no ramo de clubes de tiro. Seu empreendimento, o grupo GSI, inclui um clube de tiro no Gama.

Relação com a R7 Facilities

A R7 Facilities é uma empresa contratada pelo governo federal para serviços de manutenção em penitenciárias, incluindo a de Mossoró. Embora oficialmente registrada em nome de Gildenilson Braz Torres, um técnico de contabilidade residente no DF, investigações sugerem que Torres atua como “laranja”, ocultando os verdadeiros controladores da empresa. Tabanez é apontado como um dos beneficiários reais da R7 Facilities.

Evidências indicam que Tabanez já se apresentou como fundador da R7 Facilities em mensagens internas e participou ativamente na indicação de funcionários para a empresa. Em 2021, ele distribuiu panetones aos colaboradores da R7, gesto interpretado como parte de sua estratégia para a campanha eleitoral de 2022.

Operação Dissimulo

Nesta terça-feira (11/2), a PF deflagrou a Operação Dissimulo, cumprindo 26 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal. A operação visa desarticular um esquema de fraudes em licitações envolvendo a R7 Facilities e outras empresas. As investigações apontam que essas empresas, com vínculos societários, familiares e trabalhistas, teriam se associado para manipular concorrências públicas, utilizando declarações falsas para obter benefícios fiscais indevidos e garantir vantagem sobre outros participantes dos certames.

Além de Tabanez, o advogado Alair Ferraz da Silva Filho, ligado ao círculo de confiança do empresário, também é alvo da operação. Ferraz atua como representante legal de várias empresas envolvidas no esquema e foi um dos principais doadores da campanha eleitoral de Tabanez em 2022.

 

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