Pentágono anuncia proibição de pessoas trans nas Forças Armadas dos EUA

 

As Forças Armadas dos Estados Unidos não permitirão mais que pessoas transgênero se alistem e deixarão de realizar ou facilitar procedimentos associados à transição de gênero para membros do serviço militar, de acordo com um memorando do secretário de Defesa, Pete Hegseth, protocolado na Justiça nessa segunda-feira (10).

O presidente Donald Trump assinou um decreto no mês passado que visa as tropas transgênero de forma pessoal — em um ponto dizendo que um homem que se identificava como mulher “não era consistente com a humildade e abnegação exigidas de um membro do serviço”.

“Com efeito imediato, todas as novas adesões de indivíduos com histórico de disforia de gênero (desconforto com o sexo atribuído ao nascimento) estão suspensas”, disse Hegseth em um memorando datado de 7 de fevereiro e protocolado nesta segunda no Tribunal Distrital dos EUA em Washington.

“Todos os procedimentos médicos não programados, já marcados ou planejados associados à afirmação ou facilitação de uma transição de gênero para membros do serviço, estão suspensos”, disse ele.

Hegseth afirmou que os indivíduos com disforia de gênero que já estão nas Forças Armadas seriam “tratados com dignidade e respeito”, e que o subsecretário de defesa para pessoal e prontidão fornecerá mais detalhes sobre o que isso significa.

As Forças Armadas têm cerca de 1,3 milhão de funcionários na ativa, de acordo com dados do Departamento de Defesa. Embora os defensores dos direitos das pessoas trans digam que há até 15 mil membros com essa identidade de gênero no serviço militar, as autoridades dizem que o número está na casa dos poucos milhares.

Uma pesquisa da Gallup, publicada também nessa segunda-feira, aponta que 58% dos americanos se declaram a favor de permitir que indivíduos abertamente trans servissem nas Forças, mas o apoio diminuiu em relação a 2019, quando era de 71%.

Na semana passada, um juiz dos EUA pediu aos advogados do governo de Trump que garantissem que seis militares que entraram com ação judicial para impedir o decreto do republicano não fossem removidos do serviço antes que outros processos judiciais fossem realizados.

As organizações de direitos civis solicitaram uma ordem de restrição temporária depois que Miriam Perelson, uma militar trans de 28 anos, afirmou ter sido informada que ela deveria ser considerada um homem ou ser separada do Exército.

Baseada em Fort Jackson, na Carolina do Sul, ela disse que foi obrigada a deixar a área de dormir das tropas femininas, recebeu uma cama em uma sala de aula vazia e não teve permissão para usar os banheiros femininos.

Trump também atacou as políticas de diversidade das Forças Armadas após o acidente entre um avião comercial e um helicóptero militar que deixou 67 mortos em Washington. O republicano apontou uma série de culpados pelo incidente e afirmou que o nível dos profissionais de torres de controle aéreo tinha baixado durante as administrações de Barack Obama (2009-2017) e Joe Biden (2020-2025). Isso, segundo a sua linha de raciocínio, tinha acontecido devido a políticas de diversidade promovidas pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).

Fonte: Folha de S.Paulo

 

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.