Saiba se Brasil corre risco de ter terremoto e entenda Escala Richter

Na madrugada desta sexta-feira (14/2), moradores de São Paulo e Rio de Janeiro foram surpreendidos por um alerta de terremoto enviado a smartphones com o sistema operacional Android, do Google. A notificação, recebida por volta das 2h20, indicava um tremor de magnitude 5,5 próximo a Ubatuba, no litoral paulista.

O aviso, no entanto, foi rapidamente desmentido por autoridades locais, gerando alívio, mas também questionamentos sobre a possibilidade de tremores no Brasil. A Defesa Civil de São Paulo emitiu um comunicado poucas horas depois, afirmando que nenhum tremor havia sido registrado.

O Google, responsável pelo sistema de alerta, informou que está investigando as causas do erro. A tecnologia utiliza dados captados por uma peça dentro dos próprios smartphones, os acelerômetros. Quando vários destes sensores apontam alterações, os dados são cruzados e a empresa emite notificações de risco.

Brasil e os terremotos

Embora tremores sejam incomuns no Brasil, eles não são impossíveis. Os terremotos ocorrem a partir das movimentações das placas tectônicas, gigantes porções de terra que estão dispostas no globo. Quanto mais próximo o encontro de duas placas, maior é a chance de terremotos, como ocorre no Japão e no Chile.

O Brasil está localizado no centro da Placa Sul-Americana, longe das bordas ativas, mas isso não significa que não possam ocorrer sismos também aqui.

“Nós temos os terremotos intraplaca, que são sismos dentro da própria estrutura, geralmente com menor magnitude. Ou temos também aqui as repercussões dos terremotos de alta intensidade que tiveram epicentros nas bordas da nossa placa, mas temos terremotos pequenos por todo o país”, explica a professora Susanne Maciel, do Observatório Sismológico da UnB e apoiada pelo Instituto Serrapilheira.

Isso não significa, porém, que o evento alertado pelo Google seria impossível. “Em 2008 tivemos no Brasil um terremoto intraplaca que atingiu magnitude 5,2 bem próximo da região de Ubatuba. Então não é impossível, pode ser que aconteça, mas não foi o caso dessa vez” completa a pesquisadora.

Um dos últimos terremotos do Brasil, segundo o Observatório Simológico da USP, foi nos dias 27 e 28 de dezembro. Ele aconteceu na região da Mina Pedra Branca, no sudeste do Pará, próximo da Serra dos Carajás.

“As magnitudes registradas foram de 3,6 e 3,3 pontos, respectivamente. Sismos dessa magnitude geralmente são sentidos até 30 ou 40 km de distância, e devem ter sido percebidos levemente na cidade de Canaã dos Carajás, a 20 km da mina”, diz o relatório.

Veja os efeitos esperados de terremotos de acordo com a Escala Richter
Veja os efeitos esperados de terremotos de acordo com a Escala Richter

O que significa a escala dos terremotos?

A magnitude 5,5, citada no alerta, é considerada moderada e poderia causar danos em estruturas mais frágeis, como prédios antigos ou infraestruturas vulneráveis. “Seria forte o suficiente para a gente ter conseguido detectar pela nossa rede”, afirma Maciel

A escala Richter, utilizada para medir a magnitude de terremotos vai de zero a 10. Ela tem uma progressão em que cada índice significa uma liberação de energia 10 vezes maior do que a anterior. Um tremor de magnitude 5,5, como o indicado no alerta, pode ser sentido em áreas amplas e causar danos localizados, especialmente em regiões próximas ao epicentro.

Susane destaca, porém, que o Brasil possui uma rede sismográfica em que várias universidades e centros de pesquisa no Brasil cooperam para monitorar as atividades sismológicas e teria sido capaz de detectar com precisão mesmo os tremores de mais baixa intensidade.

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