IA e dados para evitar acidentes e enchentes no RJ: saiba como funciona o COR

Um alerta extremo de chuvas chamou a atenção da população do Rio de Janeiro (RJ) no fim de janeiro. Com o novo sistema da Defesa Civil, as notificações em tela cheia foram emitidas no celular de pessoas próximas a locais que poderiam ser impactados pela tempestade. Contudo, tudo isso aconteceu após uma análise de dados do Centro de Operações Rio (COR), que antecedeu a decisão de enviar o alerta.

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Esta é uma entre tantas outras ações que partem do centro de operações, bastante conhecido entre os cariocas pela parede cheia de televisões, com imagens de câmeras espalhadas pela cidade e radares meteorológicos da capital fluminense.

Nesta sexta-feira (14), o Canaltech visitou o COR para conhecer as soluções tecnológicas empregadas no monitoramento da cidade para prevenir tragédias com tempestades, incêndios e até mesmo o trânsito. Você confere todos os detalhes a seguir.


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COR conta com o apoio de agentes da prefeitura e de outros órgãos públicos e concessionárias da cidade (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)
COR conta com o apoio de agentes da prefeitura e de outros órgãos públicos e concessionárias da cidade (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)

Tecnologia para monitorar eventos climáticos extremos

O COR foi implantado em 2010, após uma tempestade que causou enchentes e deslizamentos na capital, e reúne um vasto acervo de dados acumulado nos últimos anos pelo centro. É o caso da meteorologia: em janeiro, a Defesa Civil enviou um alerta extremo de chuva pela primeira vez, com um aviso sonoro agudo que chamou a atenção de todos. 

Ao Canaltech, o COR explicou que o aviso foi emitido depois que, durante uma análise de dados, foram encontradas semelhanças do cenário atual com uma forte chuva que aconteceu em janeiro do ano anterior, e que resultou em grandes enchentes na Zona Norte. Assim, a população poderia se antecipar dos possíveis problemas que poderiam acontecer.

Além dos alertas, os relatórios ajudam a providenciar ações preventivas e coordenadas de órgãos públicos e concessionárias de serviços essenciais da cidade, como é o caso da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros e até representantes dos sistemas de transporte público.

Para o monitoramento, há tanto com equipamentos próprios, como dois radares meteorológicos próprios e 200 pluviômetros, e parceiros, como a NASA, que oferece dados de satélite que ajudam a analisar risco de deslizamentos e inundações. Oficiais da Marinha também frequentam o espaço para monitorar eventuais sinais de ressaca nas praias.

Níveis de calor

Recentemente, a prefeitura também adotou uma escala de Níveis de Calor, que vai de um a cinco, para manter a população ser alertada sobre os riscos de temperaturas extremas na região. 

Assim como acontece com as fortes chuvas, quando um nível mais alto de calor é alcançado, órgãos públicos são mobilizados para conter os riscos de saúde ao instalar mais pontos de hidratação na cidade, preparar a rede de saúde do município e até cancelar eventos, como shows, jogos de futebol, convenções e muito mais.

Até o momento, o Rio de Janeiro só chegou até o terceiro nível, quando o índice de calor varia de 36º C a 40º C, com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias consecutivos. Neste caso, nenhuma ação imediata é prevista, uma vez que não há impactos na rotina da cidade, mas todos a população devem permanecer atentos.

Com milhares de câmeras espalhadas pela cidade, COR usa IA para monitorar problemas em vias e auxiliar polícia (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)
Com milhares de câmeras espalhadas pela cidade, COR usa IA para monitorar problemas em vias e auxiliar polícia (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)

IA para acompanhar o trânsito

Grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, têm inúmeras câmeras espalhadas pela cidade. Além de aplicações para segurança pública, esses mecanismos são explorados para auxiliar em outros cenários, como o trânsito.

Durante a visita, o COR explicou que utiliza técnicas de reconhecimento de imagens para estimar a quantidade de veículos em uma via e monitorar anormalidades em túneis, como um incêndio de carro. Ou até mesmo coisas mais simples, como observar se uma pessoa entrou com uma carrocinha de pipoca dentro de um túnel, o que poderia causar um acidente. 

O centro de operações também possui parceria com o Waze para ajudar a monitorar o prolongamento do trânsito nas vias do Rio de Janeiro.

Dessa forma, guardas municipais e a companhia de tráfego do Rio de Janeiro, a CET-Rio, podem atuar com agilidade para evitar um grande engarrafamento ou evitar riscos à população. Em casos mais extremos, outras autoridades podem entrar no circuito, como é o caso dos bombeiros e da polícia militar.

Os equipamentos também estão aptos para analisar placas de carros e até estimar a contagem de público para auxiliar operações da polícia, por exemplo. Ao todo, são 4 mil câmeras e 1,5 mil radares em funcionamento na capital fluminense.

Sinais de atenção

Todos os dados são analisados em um grande salão no Centro do Rio de Janeiro, com mais de cem TVs em uma parede. Por lá, é possível ver dashboards com índices meteorológicos, um painel de ocorrências na cidade e até mesmo as câmeras — dá até para ver quem tirou foto com a estátua de Carlos Drummond de Andrade, na praia de Copacabana.

Através desse painel, é possível ter um panorama geral da cidade, e coordenar os estágios operacionais, que também vão de um a cinco e indicam como a população deve seguir em casos de chuvas, operações policiais de larga escala e demais situações que possam afetar a normalidade e a mobilidade na cidade.

COR prepara assistente virtual para Alexa (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)
COR prepara assistente virtual para Alexa (Imagem: Bruno De Blasi/Canaltech)

Alexa, como está o Rio de Janeiro hoje?

As informações do COR podem ser acompanhadas em diversos canais, incluindo um aplicativo próprio para Android e iOS e pelas redes sociais, como o X, Instagram e WhatsApp Mas haverá um novo jeito de verificar se há algum ponto de atenção: pela Alexa.

Durante a visita, o COR anunciou ao Canaltech o desenvolvimento da assistente virtual Cora, que estará disponível em uma skill da Alexa no futuro. Contudo, ainda não há previsão de lançamento do recurso. 

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Leia a matéria no Canaltech.

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