Terror e dark web. Comando Vermelho fatura com furtos de celular no RJ

Policiais civis do Rio de Janeiro deflagraram, nessa terça-feira (18/2), a Operação Omiros, contra uma organização criminosa que roubava celulares e ainda praticava extorsões contra as vítimas, com o objetivo de desbloquear e revender os aparelhos.

Os agentes buscaram cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho, mesma facção envolvida no ataque à 60ª DP (Campos Elíseos) para tentar resgatar uma liderança da organização. As diligências ocorreram na capital, Duque de Caxias, São João de Meriti, Barra do Piraí e também no estado de São Paulo. Ao todo, 37 pessoas foram presas.

Após a realização de interceptações telefônicas e quebras de dados telemáticos autorizados pela Justiça, as investigações revelaram que o grupo não apenas subtraía os celulares, mas pressionava violentamente as vítimas para obter senhas e acessos aos dispositivos.

Os criminosos faziam uso de ameaças diretas, intimidação psicológica e coação financeira, exigindo pagamentos ou informações sob a ameaça de represálias.

Segundo a Polícia Civil, essa estratégia sofisticada tornava a organização ainda mais lucrativa, pois dispositivos desbloqueados têm maior valor de revenda e permitem o acesso a contas bancárias e aplicativos financeiros das vítimas.

Modus operandi
O primeiro elo da organização envolvia a subtração dos celulares em áreas de grande circulação, como Duque de Caxias, Calçadão de Bangu e Central do Brasil. Para garantir exclusividade no fornecimento, os líderes davam armas aos assaltantes, eliminando intermediários e estabelecendo vínculos diretos com traficantes que autorizavam os roubos em troca de parte dos lucros.

Após a subtração do dispositivo, entrava em ação o núcleo de extorsão da organização criminosa, que utilizava diferentes métodos para coagir as vítimas a fornecerem senhas e acessos financeiros, como ameaças via aplicativos de mensagem ou SMS, uso de informações obtidas na dark web, golpes de phishing e pressão psicológica. Quando esses métodos falhavam, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas.

“O grupo montou uma complexa estrutura financeira para lavar o dinheiro obtido com a venda dos celulares desbloqueados e das extorsões. Esses recursos eram distribuídos entre contas bancárias de terceiros, dificultando o rastreamento, sacado em espécie e escondido em locais estratégicos e também como fonte de receita da caixinha da organização, que financia as atividades criminosas e disputas territoriais e garante pagamentos para parentes de faccionados, estejam eles presos ou em liberdade”, acrescentou a corporação.

Além disso, a investigação revelou que os criminosos ostentavam luxo nas redes sociais, com a compra de bens de alto valor e festas financiadas pelo crime.

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