Chefona do PCC pediu para traficante usar Uber no transporte de drogas

São Paulo — Presa nessa quarta-feira (19/2), após cerca de dois anos foragida, Letícia de Sousa Bezerra ocupava um importante cargo de liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa para a qual geria o tráfico de drogas na zona sul paulistana, além de em parte do ABC.

Conhecida no mundo do crime como Loira do PCC, ela coordenava a venda e distribuições de todos os tipos de entorpecentes na região, como consta em conversas telefônicas interceptadas pela polícia. No dia de sua prisão, ela estava com os cabelos tingidos de preto (imagem em destaque).

Em um dos diálogos, cuja transcrição foi feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), a Loira do PCC orienta um criminoso para solicitar uma viagem de Uber, na qual iria transportar drogas de um depósito — chamado de “casa bomba” — para um dos 29 pontos de venda ilegal administrados pela criminosa.

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Criminosa estava foragida há dois anos

Ela comandava crime organizado
Chefona chorou no dia de sua prisão
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Ela controlava ações do PCC na zona sul de SP e no ABC

Reprodução/Polícia Civil

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Criminosa estava foragida há dois anos

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Ela comandava crime organizado

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Chefona chorou no dia de sua prisão

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Letícia ligou para um subordinado do crime às 13h38 de 25 de julho de 2021. Na conversa ela viabiliza com o contato para que ele ajude Fabiano Claudio Mendes, o Coca, a encontrar um endereço para pegar drogas e, com elas, abastecer alguns pontos em que a mercadoria havia acabado.

Conforme relatório da Promotoria, obtido pelo Metrópoles, Coca era o responsável na ocasião pela distribuição de drogas do PCC na área controlada pela Loira. “Eu vou mandar o endereço pra ele e ele pega um Uber, com Uber não tem erro”, afirmou a chefona do PCC.

O motorista de aplicativo acionado não sabia que seu passageiro iria carregar uma pequena carga de drogas. O uso do aplicativo de transportes, como consta em outros diálogos, é cotidiano entre os criminosos — com o intuito de despistar a atenção das autoridades.


A prisão da loira do PCC

  • A loira do PCC foi presa pela Polícia Civil, nessa quarta-feira, em circunstâncias não especificadas.
  • Ela estava em um imóvel, acompanhada de mais duas pessoas.
  • Com os cabelos tingidos de preto, a criminosa chegou a chorar após o cumprimento do mandado de prisão, expedido pela Justiça há cerca de dois anos, período durante o qual ela permaneceu foragida.
  • As investigações mostram que a criminosa era a “sintonia”, ou seja principal liderança, no Sacomã, na capital paulista, além do bairro Taboão, em São Bernardo do Campo.
  • Procurada por tráfico e associação ao tráfico, além de organização criminosa.
  • Ela foi levada para o 37°DP (Campo Limpo), onde o caso foi registrado.

Em sua denúncia, o MPSP afirma que Letícia teria “clara função de comando na quadrilha, ditando ordens e fazendo a ponte com escalões superiores da organização”.

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