Supercomputador da Nasa revela região desconhecida no Sistema Solar

Simulações feitas por um supercomputador da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa), sugerem que a região desconhecida do Sistema Solar apelidada de nuvem de Oort tem extensão e formato maior do que era imaginado pelos cientistas.

A pesquisa aponta que a estrutura, que fica muito além de Plutão, pode ter braços espirais semelhantes aos de uma galáxia e conter até alguns planetas anões desconhecidos.

O que é a nuvem de Oort?

A nuvem de Oort é uma região distante e misteriosa na borda do sistema solar que envolve uma série de asteroides e mini planetas que estão sob influencia magnética e gravitacional do Sol.

A nuvem de Oort é composta por objetos gelados, remanescentes da formação dos planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), que foram atraídos por sua gravidade, mas não a ponto de compor os planetas há 4,6 bilhões de anos.

A fronteira da nuvem começa a 5 mil unidades astronômicas (UA) do Sol e se mantém até 100 mil UAs. Cada unidade astronômica representa a distância da Terra ao Sol (149 milhões de quilômetros). Isso leva a influencia gravitacional do sol a fronteiras até trilhões de quilômetros do astro-rei.

O que muda no formato da nuvem?

Anteriormente, os cientistas acreditavam que a influência da massa do Sol fazia a nuvem ter um formato esférico, mas os cálculos do computador revelaram que ela é muito mais sinuosa e tem braços em direções opostas, como uma galáxia em miniatura.

Para os pesquisadores, este formato se deve à uma influência dupla dos objetos na nuvem: nem muito perto, nem muito longe do Sol, eles acabam recebendo interferência gravitacional de outras estrelas e buracos negros próximos, o que leva à formação dos braços.

A descoberta, baseada em simulações realizadas no supercomputador Pleiades da Nasa, foi publicada em 16 de fevereiro na revista arXiv, mas não chegou a ser revisado por pares, o que pode afetar as interpretações dos dados no futuro.

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Foto mostra o plano em que o sol está alinhado (em vermelho) e o em que a Via Lactea está (em azul) em relação ao Sol

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Sistema Solar observado de fora teria uma aparência semelhante a um S

Reprodução/arxiv

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Foto mostra o plano em que o sol está alinhado (em vermelho) e o em que a Via Lactea está (em azul) em relação ao Sol

Distância extrema e desafios de observação

A distância colossal da nuvem de Oort torna quase impossível observar seus objetos diretamente. Mesmo a sonda Voyager 1, que viaja a 1,6 milhão de quilômetros por dia, levaria 300 mil anos para atravessá-la completamente.

A maioria das evidências sobre a nuvem de Oort vem de choques de cometas que acabam empurrando os objetos na nuvem mais para perto do Sol, fazendo com que eles sejam atraídos.

Desafios para confirmação observacional

Confirmar a estrutura espiral da nuvem de Oort exigirá observações diretas ou a detecção de luz refletida por seus objetos. Ambas as tarefas são extremamente difíceis, dada a distância e o brilho tênue dos corpos.

Os pesquisadores acreditam que entender a nuvem de Oort é crucial para desvendar a origem dos cometas e a evolução do Sistema Solar. A busca por respostas pode lançar luz sobre a história da nossa vizinhança cósmica e o impacto contínuo dessa região distante.

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