Trump x Zelensky: veja reação da embaixadora da Ucrânia a bate-boca

O bate-boca entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que afastou um acordo de paz e distanciou ainda mais a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), de apoio ao país, teve repercussão mundial e provocou reações diferentes em quem estava no local.

A embaixadora ucraniana em Washington, Oksana Markarova, levou aos mãos ao rosto em tom de “desespero” ao presenciar a cena inédita, que ocorreu durante a reunião no Salão Oval da Casa Branca. Veja o vídeo:


O que aconteceu

  • A discussão entre Trump e Zelensky aconteceu durante reunião na Casa Branca, nessa sexta-feira (28/2), quando o líder ucraniano foi convidado para discutir o futuro da guerra travada contra a Rússia e o acordo sobre mineirais de terras raras.
  • Durante o encontro, a conversa evoluiu para um tom ríspido e os dois líderes bateram boca ao vivo, antes de uma entrevista coletiva com a imprensa. Diante da discussão inesperada, as perguntas foram canceladas, e Zelensky decidiu deixar a Casa Branca.
  • Estava presente também, na hora da discussão, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, que chegou a participar do bate-boca e retrucar Zelensky, em alguns momentos. “Você fez campanha para nossa oposição em outubro. Então, agradeça aos EUA e ao presidente, que estão tentando salvar o seu país”, reagiu.

As imagens da embaixadora foram divulgadas pelo jornal ucraniano KyviPost e repercutiram nas redes sociais. Após o encontro caótico, o líder americano disse que Zelensky “desrespeitou” os Estados Unidos e que poderá voltar à Casa Branca “quando estiver pronto para a paz”.

Além do espanto com as cenas no Salão Oval, o fim abrupto da visita pôs em xeque o comprometimento dos EUA com o apoio a Kiev na guerra contra a Rússia.

Em entrevista à Fox News, Zelensky lamentou o ocorrido, mas reforçou que considera o apoio norte-americano essencial para o futuro da Ucrânia. “Não foi bom para os dois lados”, admitiu o ucraniano. Questionado sobre se algo o havia deixado com raiva, Zelensky desabafou:

“Não é sobre raiva. Mas, quando eu estou nos EUA e políticos americanos me dizem que a Ucrânia está quase destruída, que nossos soldados fogem do inimigo, que não são heróis, que eu sou um ditador… Qual é a reação que tenho?”.

A declaração faz referência a comentários de Trump, que o acusou de agir como um ditador por não convocar eleições durante o conflito — decisão amparada pela legislação ucraniana, que permite a suspensão do pleito em tempos de lei marcial.

Apesar do atrito, o presidente ucraniano afirmou que deseja recuperar a relação com Trump e que espera que os Estados Unidos sigam ao lado da Ucrânia. Ele também destacou que Kiev não tem capacidade de expulsar as tropas russas sozinha e que qualquer negociação de paz só será viável se o seu país estiver em uma posição de força.

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