E se a humanidade sumisse, o que aconteceria com a Terra? Entenda

Há cerca de 66 milhões de anos, uma grande explosão provocou o sumiço de milhares de espécies da Terra, entre elas, os dinossauros. Um evento dessa magnitude parece muito distante da nossa realidade, mas você já imaginou se algo parecido acontecesse e a humanidade sumisse do planeta?

Os primeiros sinais do desaparecimento humano seriam vistos na vegetação, que passaria a crescer rapidamente, tomando conta de grande parte da Terra. No entanto, o paleontólogo Luiz Eduardo Anelli, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), afirma que isso dependeria do clima de cada lugar.

“Em localidades mais tropicais, como o Brasil, as cidades e as estradas logo seriam tomadas pela vegetação. Porém, em lugares como o Oriente Médio, que possui áreas desérticas e o clima não favorece a ocupação, esse processo demoraria um pouco mais”, explica o especialista.

Já os animais silvestres prosperariam, enquanto espécies domesticadas e em cativeiro teriam dificuldades para sobreviver, tendo que se adaptar de alguma maneira para não desaparecerem. Além disso, os insetos se multiplicariam de forma acelerada, uma vez que inseticidas e pesticidas deixariam de ser utilizados.

“Isso tudo desencadearia uma reação em cascata, interferindo na quantidade de alimentos disponíveis para os predadores de insetos (pássaros, roedores, morcegos, répteis). Ou seja, com mais alimentos disponíveis, as cadeias alimentares seriam mais ricas e variadas”, explica a professora de ciências e biologia, Mayara Faleiro, do Colégio Católica Brasília.

Como ficariam as construções?

O destino das construções dependeria do material e tempo de composição de cada um, porém acredita-se que em um período de aproximadamente 100 anos, a maioria de pontes, prédios e indústrias ficariam em ruínas.

Sem manutenção, a fauna e a flora tomariam conta de ruas e estradas das cidades e quase todos os vestígios humanos na superfície desapareceriam, exceto em regiões de sedimentação ativa, como o Pantanal mato-grossense.

Foto de casa abandonada tomada por vegetação - Metrópoles
Sem a presença da humanidade, casas seriam tomadas pela vegetação gradualmente

“Por ser uma bacia sedimentar, o Pantanal está afundando e acumulando sedimentos. Essas áreas sedimentares vão sendo cobertas e soterradas. Por isso, lá é o único lugar do Brasil onde os fósseis e as construções seriam preservados. No restante do país, por ser uma região estável e não estar afundando, tudo iria ficar exposto às intempéries e erosão acabaria com tudo”, diz Luiz Eduardo.

Impactos no meio ambiente

O estrago que o homem causou à natureza é muito grande, podendo até ser considerado uma força geológica, por isso os impactos da poluição humana poderiam demorar milhões de anos para serem apagados. Apesar disso, os oceanos e a atmosfera conseguiram se recuperar, porém em tempos distintos.

De acordo com cientistas, devido à quantidade de gases estufa já lançados, a atmosfera demoraria milhares de anos para se recuperar. A grande quantidade de lixo químico e radioativo ficando para trás e sem o armazenamento correto poderia causar explosões e incêndios, afetando a qualidade do ar durante milhares de anos.

Já a recuperação dos oceanos seria relativamente mais rápida que a da atmosfera. Embora haja o risco de contaminação química, a fauna e flora marinha não demorariam para retornar à sua riqueza original.

A recuperação ambiental dependeria não só da ausência do homem, mas também de fatores orbitais que influenciam o clima da Terra e vestígios como restos de plástico, radiação e fósseis.

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