Caso Vitória: investigação apura relação entre suspeitos e vítima

A Polícia Civil de São Paulo segue investigando os suspeitos de envolvimento no desaparecimento e morte de Vitória Regina de Sousa, jovem de 17 anos que sumiu em 26 de fevereiro e foi encontrada sem vida uma semana depois, em uma região de mata em Cajamar, na Grande São Paulo. A principal linha de investigação aponta para um caso de sequestro, com o papel de cada suspeito ainda em apuração.

Ligação entre os suspeitos e a vítima começa a ser esclarecida pela polícia

Os três investigados eram do convívio de Vitória. O ex-namorado, o vizinho e o amigo são os principais suspeitos, e a polícia busca esclarecer a participação de cada um no crime.

Embora a conexão entre o ex-namorado e o vizinho ainda não esteja totalmente esclarecida, o amigo aparece como elo entre eles, já que tinha amizade com ambos.

O ex-namorado apresentou inconsistências em depoimento e teve o celular apreendido. A geolocalização do aparelho o colocou próximo à casa de Vitória no momento do crime, apesar de ele ter afirmado que havia emprestado o carro a um amigo. O delegado Aldo Galiano Junior declarou que já há “prova contundente” da presença dele na área.

Já o vizinho, dono do Toyota Corolla visto perto do local do crime, era vizinho de Vitória. Ele teve sua prisão temporária decretada por 30 dias após apresentar contradições no depoimento. Testemunhas relataram movimentações suspeitas em sua residência na noite do desaparecimento da jovem. Além disso, sua companheira contestou o álibi apresentado por ele.

O amigo, por sua vez, era amigo da vítima e também teve o celular apreendido. A polícia analisa imagens feitas por ele no trajeto entre o ponto de ônibus e a casa de Vitória, que podem indicar premeditação do crime. No dia do desaparecimento, o amigo e o vizinho estavam juntos. Em depoimento, o amigo afirmou ter sido envolvido no caso pelo vizinho, devido a desentendimentos antigos em jogos de futebol.

Apesar das suspeitas, a Justiça negou o pedido de prisão temporária do amigo, sob a alegação de que sua única conexão seria a foto do veículo. No entanto, imagens em poder da polícia mostram que ele teria seguido Vitória por dias antes do crime. “A prova já está materializada no celular dele”, afirmou o delegado Luiz Carlos do Carmo. Além disso, o amigo teria fotografado o carro do vizinho e enviado as imagens à família da vítima.

Pai é incluído na lista de suspeitos do crime

O pai de Vitória Regina de Sousa, foi colocado na lista de suspeitos do crime pela polícia. A informação, apurada pela CNN, foi confirmada pelos investigadores do caso e está baseada nos “mesmos critérios” dos outros suspeitos.

Segundo os investigadores, Carlos Alberto Souza, pai de Vitória, apresentou inúmeras contradições e um “comportamento estranho”. A investigação ainda diz que o homem teria pedido um terreno ao prefeito da cidade de Cajamar em um dos primeiros contatos entre os dois logo após a confirmação da morte de Vitória.

A Polícia Civil espera, ainda nesta semana, ouvir testemunhas importantes do caso e esclarecer o real envolvimento de cada um dos investigados.

O que diz a defesa

Em resposta à CNN, a defesa de Carlos Alberto Souza disse que a decisão é “absurda” e que o pai de Vitória nunca foi ouvido formalmente pela polícia e, por isso, não deu detalhes sobre o desaparecimento.

O advogado informou que Carlos Alberto foi incluído entre os suspeitos por ter omitido o detalhe de que ligou várias vezes para sua filha na data do sumiço. A defesa espera reverter a situação ainda nesta semana.

A reportagem da CNN também apurou que os investigadores estranham a “frieza” do pai. O homem “não teria chorado, se emocionado ou demonstrado tristeza” durante a conversa com a polícia para falar sobre a morte da filha.

Relembre o caso

Vitória Regina de Sousa desapareceu após sair do trabalho em um shopping local e pegar o ônibus para casa. Naquela noite, ela enviou mensagens para uma amiga relatando medo, pois percebeu que estava sendo seguida por dois homens. Testemunhas afirmaram ter visto um carro com quatro ocupantes perseguindo a jovem após ela descer do ônibus.

A comunidade se mobilizou em buscas até que, em 5 de março, o corpo da jovem foi localizado em uma área de mata. Ela estava em avançado estado de decomposição, apresentava sinais de violência, teve a cabeça raspada e foi encontrada sem roupas.

A investigação apura a hipótese de que Vitória tenha sido morta por vingança. Até o momento, mais de 18 pessoas foram ouvidas, e dois veículos foram apreendidos para perícia. Durante o sepultamento da jovem, amigos, familiares e moradores pediram por justiça.

A Polícia Civil segue trabalhando para esclarecer o caso e responsabilizar os envolvidos.

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