“Concierge do crime do PCC” se junta a Marcola em presídio de Brasília

São Paulo — Preso em janeiro em São Paulo no âmbito da Operação Mafiusi, Willian Barile Agati (na foto de destaque, à direita), conhecido como o “concierge do crime do PCC”, acaba de se juntar a Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola (à esquerda na imagem), apontado como o líder máximo da facção, na Penitenciária de Brasília.

O “concierge” se apresentou à Polícia Civil de São Paulo em janeiro e acabou preso pela PF. Ele passou pelos CDPs 3 e 4 de Pinheiros, na capital, e pelas Penitenciárias de Tupi Paulista e 1 de Presidente Venceslau, no interior do estado, até sexta-feira (7/3), quando foi transferido para o presídio de Brasília — onde o chefão do PCC está desde janeiro de 2023.

Agati foi indiciado pelo Polícia Federal pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e obstrução de Justiça em dezembro de 2024. Nessa segunda-feira (10/3), o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu a primeira denúncia contra ele.

A denúncia aponta que Agati fazia a ligação entre a cúpula do PCC e criminosos no exterior, entre eles, integrante da máfia italiana.

Segundo a coluna de Fabio Serapião, do Metrópoles, Agati recebeu o apelido de “concierge do crime” porque atuava no fornecimento de diversos serviços para o PCC, sendo uma espécie de “faz tudo” de traficantes e compradores de droga na Europa.

Além da operacionalização do tráfico, com o fornecimento de toda a logística no porto de Paranaguá (PR), ele mantinha uma rede para lavagem de dinheiro e alugava aviões, veículos, imóveis e artigos de luxo para integrantes do grupo.

O bando chefiado por Agati dominava a rota marítima entre o porto de Paranaguá (PR) e o localizado na cidade espanhola de Valência e, também, uma rota aérea entre o Brasil e aeroportos na Bélgica, de acordo com a PF. Entre os clientes no exterior estava a máfia calabresa ‘Ndrangheta.

Em nota ao Metrópoles, a defesa de Agati afirma que ele é “presumido inocente conforme a Constituição Federal”. Além disso, acrescenta que “nunca praticou nenhum crime (seja ele qual for), e que tudo ficará provado na instrução processual”. Diz, ainda, que Agati “é um empresário idôneo em diversos ramos nacionais e internacionais sem nunca ter respondido nenhum processo na Justiça, e nunca teve e não
tem nenhuma conexão com o PCC ou com a máfia italiana”.

Ligação com Fant

Uma das suspeitas da polícia é que o “concierge do crime” tenha ligação com  o traficante brasileiro Gabriel Martinez Souza, o Fant, preso nessa terça-feira (11/3) em Portugal no âmbito da Operação Emergentes.

O que reforça a suspeita de ligação entre eles é que ambos atuavam no esquema de envio bilionário de envio de drogas do Brasil para a Europa.

Fant foi encontrado em Montijo, na região metropolitana de Lisboa, pela Polícia Judiciária portuguesa, durante investigação em parceria com a PF sobre a atuação de uma célula do PCC naquele país.

De acordo com a polícia, o brasileiro era responsável por coordenar o recebimento e distribuição de drogas na Europa, por meio do trabalho de mergulhadores especializados — que, por sua vez, retiravam a cocaína dos cascos e caixas de leme dos navios.

Na casa de Fant, que vivia legalmente em Portugal, foram encontrados um fuzil Ar15, duas pistolas, equipamentos de mergulho, 30 mil euros (quase R$ 190 mil), além de barcos e motos subaquáticas.

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Mais armas apreendidas em Portugal

Esquema usava mergulhadores para inserir drogas em navios
Equipamentos apreendidos pela PF
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em SP, PR, SC e em Portugal
PF nas ruas para Operação Emergente
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Armamento apreendido em Portugal

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Mais armas apreendidas em Portugal

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Esquema usava mergulhadores para inserir drogas em navios

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Equipamentos apreendidos pela PF

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Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em SP, PR, SC e em Portugal

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PF nas ruas para Operação Emergente

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Submersos, os mergulhadores usavam as motos aquáticas para agir com rapidez e discrição, sem chamar a atenção das autoridades portuárias europeias.

Além de Fant, foram presos nessa terça-feira na cidade de Guarujá, litoral paulista, outros quatro homens e duas mulheres, apontados como integrantes do bando envolvido no esquema de tráfico internacional de drogas.

Em cada navio atracado, os mergulhadores retiravam, em média, 100 quilos de cocaína, quantidade que, em solo europeu, poderia render ao menos R$ 10 milhões. Como revelado pelo Metrópoles, o tráfico de cocaína para a Europa rende ao PCC R$ 10 bilhões por ano, somente com as cargas enviadas pelo Porto de Santos.

O Metrópoles busca a defesa de Fant. O espaço está aberto para manifestação.

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