“Ludmillo”: filhote de capivara resgatado morre dias após soltura

São Paulo — Um filhote de capivara, resgatado após passar mais de um mês com uma fita plástica presa no corpo, morreu nessa terça-feira (25/3), em Jaú, no interior de São Paulo. O animal morreu após 10 dias da soltura, ocorrida no dia 15 de março.

O filhote macho, apelidado de ‘Ludmillo’, ficou conhecido na cidade pois era visto nas margens do Lago do Silvério com uma fita plástica presa ao corpo desde fevereiro. O fitilho, feito de polipropileno, é comumente utilizado para fechar caixas de papelão e encomendas e estava causando ferimentos no animal.

Equipe dos Bombeiros e a Defesa Civil da cidade estavam com dificuldades para capturar o filhote e solicitaram o apoio do Projeto Capa, uma Organização Não-Governamental (ONG) responsável por resgatar capivaras do Rio Tietê e Rio Pinheiros na capital paulista. O animal foi resgatado e passou por atendimento veterinário durante 12h para retirar a fita e cuidar dos ferimentos.

Segundo a veterinária Roberta Consani, responsável pelos cuidados da capivara, o animal era de vida livre e a ONG não poderia ser hospitalizado. Com isso, Ludmillo foi solto em seu habitat natural após os cuidados.

2 imagens

O corpo do animal deve passar por biópsia para avaliação da causa da morte

1 de 2

Segundo a veterinário, Ludmillo pode ter tido um problema hepático

Projeto Capa/Reprodução

2 de 2

O corpo do animal deve passar por biópsia para avaliação da causa da morte

Projeto Capa/Reprodução

 

Apesar dos machucados, a profissional afirma que o animal se recuperou bem e retornou para sua família. Dez dias após Ludmillo ser solto, a Defesa Civil do município informou o projeto sobre a morte do filhote.

Problema hepático

Em entrevista ao Metrópoles, a veterinária conta que a morte do animal não deve ter relação com o plástico que estava preso no corpo. A mulher acredita que o óbito pode ter sido causado por algum problema hepático, seja patológico ou genético.

Conforme a veterinária, um verme chamado Fasciola hepatica é muito comum entre as capivaras e é transmitido por caramujos, que vivem próximos ao Lago do Silvério. “Lá no lago estava lotado de caramujos, cheio de ovas do animal”, acrescentou Roberta.

A segunda hipótese da veterinária é que ele sofreu alguma ‘hepatopatia’, que são doenças que atacam o fígado e podem possuir caráter genético, já que Ludmillo era filhote.

O corpo da capivara foi encaminhado ao Laboratório de Patologia e Medicina Legal Veterinária da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, onde será feita a biópsia para identificar a causa da morte. O resultado deve ser divulgado em 30 dias.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.