Saiba como os picos de glicose afetam os hormônios e impactam a saúde

Os picos de glicose no sangue, frequentemente causados pelo consumo excessivo de açúcar e carboidratos refinados, desencadeiam uma série de reações hormonais no organismo que podem prejudicar a saúde a longo prazo. Essas flutuações de glicose não afetam apenas o metabolismo, mas também podem desregular o funcionamento de diversos hormônios essenciais para o equilíbrio do corpo.

Principais hormônios afetados pelos picos de glicose e seus efeitos

1. Insulina: o regulador da glicose
Segundo o endocrinologista Wandyk Alisson, a insulina é produzida pelo pâncreas para controlar os níveis de glicose no sangue. Quando ocorrem picos de glicose, o pâncreas libera grandes quantidades de insulina para transportar o açúcar para dentro das células.

“Com o tempo, esse processo repetido pode levar à resistência à insulina, o que pode resultar em uma série de problemas, como o acúmulo de gordura visceral e o aumento do risco de diabetes tipo 2. Além disso, a resistência à insulina também pode gerar inflamação crônica, fadiga e até episódios de hipoglicemia reativa, caracterizados por cansaço intenso e fome logo após a ingestão de alimentos ricos em carboidratos”, explica o especialista.

2. Cortisol: o hormônio do estresse
Quando os níveis de glicose flutuam rapidamente, o corpo interpreta isso como uma situação de estresse, desencadeando a liberação de cortisol pelas glândulas suprarrenais. “O cortisol em excesso pode levar ao aumento da gordura abdominal, dificuldades para dormir, fadiga crônica, queda na imunidade e até disfunções hormonais, como a redução da produção de testosterona e estrogênio”, afirma o médico.

A presença constante de altos níveis de cortisol também está associada ao aumento da retenção de gordura e a maiores dificuldades em manter a saúde física e emocional.

3. Testosterona: o hormônio anabólico
O médico explica que altos níveis de insulina e cortisol podem inibir a produção de testosterona, especialmente em homens. Com isso, ocorre uma perda de massa muscular, dificuldade para ganhar força e hipertrofia, além de um aumento da gordura corporal, particularmente na região abdominal.

“A baixa testosterona também está relacionada à diminuição da libido e até a problemas como a disfunção erétil, além de queda na energia e motivação”, ressalta.

4. Estrogênio e Progesterona: hormônios reprodutivos femininos
Nas mulheres, oscilações constantes de insulina e cortisol podem afetar a produção de estrogênio e progesterona, importantes para o equilíbrio hormonal e o ciclo menstrual.

“Um exemplo disso é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), em que a resistência à insulina leva à produção excessiva de andrógenos (hormônios masculinos), resultando em irregularidades menstruais, acne, queda de cabelo e dificuldades para engravidar. Além disso, essas flutuações hormonais podem gerar inchaço, retenção de líquidos, mudanças de humor e até sintomas de ansiedade”, afirma Wandyk.

5. Ghrelin e Leptina: hormônios da fome e saciedade
Picos de glicose também afetam os hormônios que controlam a fome, como a ghrelin, que aumenta o apetite, e a leptina, que sinaliza saciedade.

“Quando os níveis de glicose sobem e descem rapidamente, a insulina alta reduz a leptina, o que aumenta a sensação de fome e pode levar a episódios de compulsão alimentar. Além disso, essa desregulação hormonal favorece o consumo excessivo de carboidratos refinados, dificultando o emagrecimento e o controle do peso”, reitera o especialista.

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Como evitar esses picos?

De acordo com o endocrinologista, a chave para evitar esses picos de glicose e seus impactos hormonais está no controle da alimentação e do estresse. “Uma dieta equilibrada, com a inclusão de alimentos ricos em fibras, proteínas e gorduras saudáveis, ajuda a manter os níveis de glicose mais estáveis ao longo do dia”, diz.

Além disso, a prática regular de exercícios físicos e a adoção de técnicas de manejo do estresse, como meditação e sono adequado, são fundamentais para manter o equilíbrio hormonal e promover a saúde geral do organismo.

Wandyk Alisson reforça a importância de manter esses hábitos saudáveis para evitar que os picos de glicose causem uma desordem hormonal sistêmica, prejudicando não apenas o metabolismo, mas também o bem-estar emocional, a fertilidade e a composição corporal.

 

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