Menopausa: tratamento sem hormônio promete reduzir fogacho e insônia

As terríveis ondas de calor e a insônia que acometem mulheres na menopausa podem estar com os dias contados. Um novo medicamento não hormonal  promete amenizar os desconfortos sentidos por mulheres que tiveram o fim dos ciclos menstruais. No Brasil, a menopausa ocorre em mulheres com idade média de 48 anos.

A droga já foi testada em fase 3 e foi submetida à avaliação na Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora americana, e a expectativa é de aprovação ainda em 2025 nos Estados Unidos e na Europa.

A diferença do novo medicamento para os usuais é o fato de não ser hormonal: ele é o primeiro antagonista duplo dos receptores neurocinina-1 e -3 (NK-1 e NK-3) em desenvolvimento clínico avançado.

Calorão

A farmacêutica Bayer apresentou pedido de registro do medicamento, cujo princípio ativo é o elinzanetant, nos Estados Unidos em 2024. Nos estudos de fase 3, o remédio demostrou redução significativa da frequência e gravidade dos sintomas vasomotores de moderados a graves (VMS, também conhecidos como fogachos, calorões ou ondas de calor) ao longo de 12 semanas em comparação com o placebo.

Um medicamento não hormonal para amenizar os sintomas da menopausa significa maior qualidade de vida e uma via de tratamento para mulheres que tiveram câncer de mama, por exemplo, e não podem optar pela terapia hormonal para a menopausa.

A diretora de Assuntos Médicos Globais de Saúde Feminina na Bayer, Cecília Caetano, explica que o novo tratamento é uma alternativa para que as mulheres tenham a opção de escolher, de acordo com a necessidade de cada uma, o tratamento que mais lhes convém. Assista entrevista:

O elinzanetant pode tratar os sintomas vasomotores de moderados a graves com a modulação de um grupo de neurônios sensíveis ao estrogênio. Com a diminuição do hormônio típica da menopausa, eles “crescem” e provocam uma hiperativação da via termorregulatória, interrompendo os mecanismos de controle do calor corporal, resultando nos tradicionais fogachos. Os estudos apontam para melhoria também nos sintomas de insônia.

Expectativa

A expectativa é que uma resposta sobre a aprovação do medicamento ocorra no segundo semestre de 2025, nos Estados Unidos. Com a aprovação da FDA, a chegada ao Brasil poderia levar mais uma média de 1 ano e 6 meses, contando com o tempo de pedido e análise pela Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Estamos moldando uma nova era da medicina, confiantes de que podemos não apenas transformar o atendimento ao paciente por meio de inovações revolucionárias e um portfólio robusto de produtos, mas também acelerando o acesso dos pacientes a novos medicamentos”, afirmou Christine Roth, vice-presidente executiva de Estratégia e Comercialização Global de Produtos e membro da Equipe de Liderança Farmacêutica da Bayer.

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e no Canal do Whatsapp e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

Adicionar aos favoritos o Link permanente.