Saiba quem é a mulher que acionou a OEA contra prisão no 8/1

Condenada a 14 anos de encarceramento por envolvimento nas depredações do 8 de Janeiro, Adalgiza Maria Dourado recorreu à Organização dos Estados Americanos (OEA) para solicitar a prisão domiciliar. A mulher, que afirma ser vítima de violações dos direitos humanos, tem 65 anos e está detida no Presídio Feminino do Distrito Federal, conhecido como Colmeia, desde maio de 2024. Ela teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes após descumprir medidas cautelares.

Em agosto do ano passado, sua defesa pediu a concessão da prisão domiciliar alegando que Adalgiza vinha apresentando “pensamentos suicidas” e sinais de depressão, como “choro constante” e “crises de ansiedade”. Ela passou por exames, mas continuou presa. Viúva, Adalgiza trabalhava e residia no Instituto Fraternidade Assistencial Lucas Evangelista (Fale), localizado no Recanto das Emas, em Brasília.

8 imagens

Justiça determinou exame médico em Adalgiza, presa pelo 8 de Janeiro

Adalgiza Maria Dourado, senhora presa por causa dos atos de 8 de janeiro.
Luiz Felipe Cunha, advogado de Adalgiza Dourado
Adalgiza Maria Dourado, senhora presa por causa dos atos de 8 de janeiro
Adalgiza Maria Dourado, senhora presa por causa dos atos de 8 de janeiro.
1 de 8

Adalgiza Maria Dourado, senhora presa por causa dos atos de 8 de janeiro.

Reprodução

2 de 8

Justiça determinou exame médico em Adalgiza, presa pelo 8 de Janeiro

Reprodução

3 de 8

Adalgiza Maria Dourado, senhora presa por causa dos atos de 8 de janeiro.

Reprodução

4 de 8

Luiz Felipe Cunha, advogado de Adalgiza Dourado

5 de 8

Adalgiza Maria Dourado, senhora presa por causa dos atos de 8 de janeiro

Reprodução

6 de 8

Adalgiza Maria Dourado, senhora presa por causa dos atos de 8 de janeiro.

Reprodução

7 de 8

Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos, está presa desde o dia 8 de janeiro de 2023

Reprodução

8 de 8

Adalgiza Dourado, mulher condenada a 14 anos pelos atos de 8/1, pede a OEA sua prisão domiciliar

Reprodução

Durante uma audiência realizada pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, em novembro, a irmã de Adalgiza, Célia Regina, afirmou que ela desenvolveu síndrome do pânico na prisão. “Ela [Adalgiza] não tem mais vontade de viver e nem consegue dormir direito. O pedido de prisão domiciliar foi negado pelo ministro Moraes e pela PGR, e estou aqui por todas as pessoas que estão sofrendo muito”, declarou.

Por decisão da própria Adalgiza, Célia é a única pessoa autorizada a visitá-la na Colmeia. A irmã relata que a detenta faz uso de “muita medicação controlada” e se alimenta pouco dentro do presídio. “Minha irmã passou a ter essa ideia fixa de autoextermínio desde o 8 de janeiro. Ela me contou que pede perdão a Deus por ter esse desejo e sente muita vergonha por ter essa fraqueza. Quando saio da visita, ela entra em desespero total”, afirma.

Adalgiza Dourado foi condenada pelos crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ela retornou à prisão por descumprir as restrições de deslocamento monitoradas pela tornozeleira eletrônica. Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes justificou a ordem com o “fundado receio de fuga da ré”. Adalgiza alegou à Justiça que a tornozeleira frequentemente ficava sem sinal no instituto onde realizava trabalho voluntário.

Em documento enviado à Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA, seus advogados afirmam que ela necessita de atendimento médico, psicológico e psiquiátrico.

“A defesa solicitou, desde dezembro de 2024, atendimento médico e psiquiátrico para tratar sua arritmia cardíaca, depressão profunda e pensamentos suicidas. Exames de eletrocardiograma foram autorizados em 3 e 13 de dezembro de 2024, e a solicitação foi reiterada em 26 de fevereiro de 2025, período em que o Presídio Colmeia passava por um surto de Covid. No entanto, esses exames nunca foram realizados, colocando sua vida em risco. O presídio não oferece tratamento adequado para sua condição psicológica, agravando seu quadro de saúde”, alega o advogado Luiz Felipe Cunha.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.