São Paulo — Nascida em São Paulo, a modelo Cris Leite, de 51 anos, trabalhava como dentista até que, em 2018, sofreu um acidente que mudou tudo. No dia 9 de outubro daquele ano, ela estava descendo a escada de um shopping em São Paulo quando um homem tropeçou e caiu em cima dela.
Cris teve 11 fraturas no rosto, ficou em coma por 10 dias e passou 1 mês no hospital. Foram 6 meses deitada e 1 ano para se recuperar completamente. Durante esse período, ela ficou na cadeira de rodas, até evoluir para muletas e bengalas.
“Eu não andava em linha reta e hoje desfilo”, disse a modelo ao Metrópoles, orgulhosa de sua história.
Após o acidente, Cris Leite tentou retornar à carreira como dentista, mas não estava mais se encontrando na profissão. “Deus me deu uma vida nova. Como eu estou vivendo a mesma coisa?”, se questionou na ocasião. Foi aí que ela decidiu largar a odontologia e ir atrás da arte, que era um sonho antigo.
Mesmo com as sequelas de ter o lado esquerdo do rosto anestesiado, ter perdido o olfato e parte do paladar, ela disputou o Miss Universe Brasil 2025, representando o estado de Rondônia e fez história sendo a primeira mulher com mais de 50 anos a disputar o título.
O acidente
Cris havia marcado de sair com uma amiga no shopping e, enquanto se locomovia ao ponto de encontro, o acidente aconteceu. Ela descia a escada quando um homem tropeçou, a derrubando de cara no chão, caindo sobre dela.
A modelo contou que assistiu às câmeras de segurança do dia e viu que o homem tentou socorre-la, mas ela estava desacordada. O shopping acionou os cuidados necessários e Cris, ainda desmaiada, foi levada ao hospital.
Chegando lá, o celular dela, que havia sido colocado no bolso da calça jeans que ela usava pelo homem que a derrubou, foi guardado no achados e perdidos junto com os documentos dela e, por isso, a Miss passou 19 horas desaparecida da família.
Uma de irmãs de Cris tentava falar com ela insistentemente, até que a responsável pela limpeza dos Achados e Perdidos ouviu o celular tocando e decidiu atender. A irmã da modelo precisou olhar leito por leito até reconhecer Cris.
Após os 10 dias em coma e um mês no hospital, Cris teve que voltar, com as três filhas, para a casa da mãe. Lá, ela passava a maior parte do tempo desacordada por conta dos remédios que tomava.
Mudança de vida
Quando foi liberada para trabalhar, Cris voltou a atender pacientes odontológicos, mas não estava contente. A perda dos sentidos, o olfato e o paladar a deixaram em depressão. A Miss já havia realizado trabalhos publicitários ao longo dos anos e cantava jingles nas rádios, mas sempre conciliava isso com a profissão de dentista. Foi quando ela decidiu se reinventar.
Cris, que já estava na casa dos 50 anos e que tinha os cabelos grisalhos desde os 17 anos, entrou no mercado. Desde então, ela trabalha para combater o etarismo no mundo da moda e da publicidade.
Miss Brasil
Usando o palco do concurso para dar mais voz à luta pela inclusão das mulheres 50+ no mundo da moda e da publicidade, Cris contou que se sente honrada e feliz.
“Minha expectativa é que o meu discurso contra o etarismo e a inclusão de pessoas 50+ seja uma realidade cada vez mais presente”, falou.