Foi no fim da década de 1950 que o Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos (NRL) lançou o satélite Vanguard 1. A espaçonave, que foi a primeira a produzir energia com painéis solares, orbita nosso planeta há 7 anos, mas agora cientistas pensam em trazê-la de volta para a Terra.
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Atualmente, o Vanguard 1 está em uma órbita elíptica que o deixa de 660 km a 3.822 km do nosso planeta. Hoje, ele ainda pertence ao NRL, e ostenta o título de segundo satélite norte-americano enviado ao espaço — o primeiro foi o Explorer 1, lançado em janeiro de 1958 pelo exército do país.

Aquela época foi marcada pela Corrida Espacial, nome dado à rivalidade travada entre a antiga União Soviética e os Estados Unidos. Os soviéticos saíram na frente com o lançamento de Sputnik I em 1957, o primeiro satélite artificial enviado à órbita da Terra.
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Considerando a importância do Vanguard 1, engenheiros aeroespaciais e historiadores estão tentando encontrar uma forma de estudar de perto e até recuperá-lo. Não seria fácil trazer de volta um satélite tão antigo, mas eles acreditam que vale a pena — afinal, descrevem o objeto como uma “cápsula do tempo da Era Espacial”.
Matt Bille, analista e pesquisador aeroespacial na Booz Allen, liderou o estudo que descreve a proposta de resgate. “Não somos os primeiros a ter a ideia e esperamos não ser os últimos. Mas vamos precisar esperar para ver se alguma entidade com as capacidades necessárias vai decidir valorizá-las e se vale o esforço”, disse ao Space.com.
Resgate do satélite
Segundo ele, o satélite está em silêncio desde 1964, quando suas reservas energéticas se esgotaram. Mesmo assim, dados públicos de monitoramento mostram o local e órbita do objeto, permitindo que sensores de alta resolução o encontrem. Para Bille, novas análises devem revelar como está a estrutura do satélite, bem como se ele está girando ou tombando.

Caso esteja em boas condições para estudos, o que o Vanguard 1 poderia revelar? “Nossa pesquisa indicou um possível interesse na condição das células solares, baterias e metais, juntamente com o registro de impactos de micrometeoritos ou detritos durante um período tão longo”, sugeriu Bille. “Seria um recorde para a recuperação de uma espaçonave exposta [ao espaço]”.
Além disso, uma missão do tipo seria uma boa oportunidade para o desenvolvimento de tecnologias para serviços de recuperação. “Para os engenheiros de materiais e historiadores espaciais, seria uma oportunidade de aprendizado como nenhuma outra”, argumentam Bille e os membros do estudo. “Recuperar a Vanguard 1 seria um desafio, mas um passo à frente inestimável e viável para toda a comunidade espacial dos EUA”, finalizou.
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