Se tirar Juscelino, Lula deve fazer reforma ministerial; veja cotados

Uma eventual demissão do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deve levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a desencadear o restante da reforma ministerial, avaliam aliados. A expectativa do Planalto é que uma decisõ sobre Juscelino, denunciado nesta terça-feira (8/4) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas, seja tomada após a viagem do chefe do Executivo a Honduras.

Duas trocas de cadeiras são especuladas para o União Brasil. O ministro do Turismo, Celso Sabino, pode ser deslocado para Comunicações, no lugar de Juscelino, mas essa possibilidade não foi bem recebida no partido. O PSD de Gilberto Kassab, porém, já sinalizou a Lula seu desejo de ocupar o MTur, e espera assumir a pasta como pré-requisito para seguir apoiando o governo no Congresso e para construir uma aliança com o petista para a eleição de 2026.

Nesse desenho, o União receberia como compensação o Ministério de Ciência e Tecnologia, atualmente ocupado por Luciana Santos (PCdoB). A ex-vice-governadora de Pernambuco, que detém relação histórica com Lula, seria deslocada para o Ministério das Mulheres. A ministra Cida Gonçalves, nessa conjuntura, ficaria sem cargo.

6 imagens

Ministro Juscelino Filho, das Comunicações
União Brasil rejeita proposta de que Lula deveria afastar o ministro das Comunicações, Juscelino Filho
Lula e ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil)
O ministro Juscelino Filho com o presidente Lula (PT)
1 de 6

O ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho (União Brasil)

Isac Nóbrega / MCom

2 de 6

Vinícius Schmidt/Metrópoles

3 de 6

Ministro Juscelino Filho, das Comunicações

Isac Nóbrega / MCom

4 de 6

União Brasil rejeita proposta de que Lula deveria afastar o ministro das Comunicações, Juscelino Filho

Breno Esaki/Especial Metrópoles

5 de 6

Lula e ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil)

Ricardo Stuckert/Divulgação

6 de 6

O ministro Juscelino Filho com o presidente Lula (PT)

Vinícius Schmidt/Metrópoles

O União Brasil ainda traça estratégias sobre a crise. Logo após a denúncia da PGR, a sigla saiu em defesa de Juscelino filho, que é deputado licenciado. O presidente do partido, Antônio Rueda, e o líder da legenda na Câmara, Pedro Lucas (MA), estão reunidos na tarde desta terça-feira (8/4) para discutir o cenário.

Como mostrou o Metrópoles, o PT enxerga a situação de Juscelino como “delicada”. Aliados do presidente Lula destacam que o titular da pasta já deu dores de cabeça ao governo – como no caso do voo da FAB para um leilão de cavalos – enquanto seu partido não corresponde com votos no Congresso, e ainda tem o governador Ronaldo Caiado (GO) em plena pré-campanha para concorrer ao Planalto em 2026.

A denúncia contra Juscelino

Em junho de 2024, a Polícia Federal (PF) concluiu pelo indiciamento do ministro, apontando suspeitas de que, quando parlamentar, ele cometeu os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude a licitação. O indiciamento levou a PGR a apresentar denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (8/4).

As investigações da PF foram baseadas em suspeitas sobre desvios de R$ 835,8 mil, em obras de pavimentação custeadas com dinheiro público da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O órgão é comandado pelo Centrão.

A equipe do ministro das Comunicações afirmou que ainda não foi notificada sobre a denúncia apresentada pela PGR ao STF. Os advogados de Juscelino Filho fizeram menção a uma “época punitivista do Brasil, quando o MP conversava primeiro com a imprensa antes de falar nos autos”.

O União Brasil também saiu em defesa do seu ministro. Antônio Rueda afirmou que o titular da pasta ainda não teve direito ao contraditório e que a denúncia não equivale a culpa.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.