A quadrilha envolvida no tráfico internacional de drogas, alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) ocorrida nessa quarta-feira (9/4), usava carros de luxo com compartimentos ocultos para transportar e armazenar grandes quantidades de entorpecentes, principalmente cocaína. Ao todo, mais de R$ 10 milhões em bens foram bloqueados nessa operação, incluindo oito fazendas e os veículos de alto padrão.
O grupo, que operava entre Paraguai, Bolívia e Brasil, era investigado desde junho de 2023. Os criminosos cruzavam a fronteira com drogas escondidas em veículos de alto padrão, dificultando a detecção pelas autoridades.
Ao longo de quase dois anos, a polícia apreendeu diversas cargas de cocaína escondidas em carros de luxo utilizados no esquema internacional. Nessa operação, atuaram cerca de 80 investigadores da Polícia Federal, com apoio do Comando de Aviação Operacional e do Grupo de Pronta Intervenção.
Saiba quais são os carros
Em junho de 2023, um SUV KIA Sorento, que pode custar mais de R$ 300 mil no Brasil, foi apreendido em Goioerê (PR). Dentro do carro havia 75 tabletes de drogas, cerca de 80,5 Kg de cocaína.
Naquele mesmo ano, dois meses depois do início das investigações, um veículo BMW X6 foi apreendido com o grupo em Foz do Iguaçu (PR). O SUV, avaliado em mais de R$ 700 mil, estava recheado de drogas. À época, a polícia encontrou 50 Kg de crack e 25 Kg de cocaína.
Em setembro de 2023, a quadrilha teve uma BMW 328, que custa em torno de R$ 300 mil, apreendida em Cascavel (PR). Três meses depois, a polícia flagrou o grupo criminoso com um veículo Chrysler, avaliado em quase R$300 mil no Brasil, em Floresta (PR).
Audácia
Na operação dessa quarta (9/4), a organização criminosa especializada em tráfico internacional de drogas surpreendeu os investigadores por sua audácia. Isso porque as fazendas, que eram usadas para armazenar cocaína, foram batizadas com nomes de operações da PF das quais os criminosos foram alvos em outras ocasiões.
Segundo Robson Petter Gonçalves , delegado da Polícia Federal, as fazendas, localizadas na região de Monte Claro (PA), eram usadas, ainda, para fracionar as drogas, posteriormente exportadas para outros países.
“Chamou a atenção o fato de duas fazendas terem sido nomeadas Vera Cruz e Vera Cruz III, em referência a uma operação policial que já havia desarticulado esse mesmo grupo criminoso”, informou o delegado.
Dois líderes da organização estão foragidos na Alemanha, e a Justiça Federal de Cascavel (PR) já autorizou a inclusão dos nomes na lista de difusão vermelha da Interpol. Investigações foram realizadas no país europeu, mas, até o momento, nada foi encontrado.