A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (10/4) uma operação em endereços residenciais, em Montes Claros (MG), usados para o recebimento de substâncias químicas utilizadas na adulteração e “turbinamento” de cocaína e crack. A ação visa aprofundar investigações sobre o tráfico de drogas na região e contou com o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão.
A investigação teve início após um alerta emitido pelo setor de segurança dos Correios, que detectou uma encomenda suspeita enviada para a cidade do norte de Minas Gerais.
Dentro do pacote, havia cerca de 5,4 quilos de um pó branco, identificado por perícia como carbonato de cálcio e Irganox 1076 – compostos não classificados como entorpecentes, mas amplamente utilizados por narcotraficantes para diluir e aumentar o volume de cocaína vendida ilegalmente.
Esses aditivos são frequentemente misturados à droga pura para elevar os lucros dos traficantes, aumentando a quantidade final a ser distribuída sem, necessariamente, elevar o custo da produção. Embora não alterem diretamente o efeito psicoativo, os adulterantes podem causar graves riscos à saúde dos usuários, incluindo reações químicas e intoxicações.
Durante a operação, que contou com o apoio do canil da Polícia Militar, foram localizadas drogas e uma balança de precisão, indícios de que o local era utilizado para fracionamento e preparação de entorpecentes para venda. Um homem foi conduzido à Delegacia da Polícia Federal de Montes Claros, onde prestou depoimento.
Os investigados poderão responder por crime equiparado ao tráfico de drogas, previsto na Lei de Drogas, por adquirir substâncias químicas sem autorização legal para a preparação de entorpecentes. A pena prevista pode variar de 5 a 15 anos de reclusão, além de multa.