São Paulo — Uma igreja ligada à cunhada do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (PL), e o presidente do Água Santa, Paulo Korek de Farias, também estão entre os alvos da Polícia Federal (PF) na operação deflagrada, nesta quinta-feira (10/4), contra um possível esquema de propina na gestão municipal.
Segundo a PF, há indícios de que Manga recebeu propina por meio de transações de imóveis e depósitos em espécie a operadores financeiros. Marcos Mott, amigo do prefeito, é apontado como um deles.
Manga, a cunhada dele, seu amigo e o presidente do Água Santa estão entre os alvos dos 28 mandados cumpridos no âmbito da Operação Copia e Cola.
Em um carro ligado à cunhada de Manga, foram encontradas caixas com R$ 863 mil em dinheiro vivo. A PF ainda está contabilizando dinheiro confiscado em um cofre.
A suspeita é que a organização social Aceni, contratada em 14 de julho de 2021 pela gestão municipal para gerir a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Éden, tenha pagado propina por meio de transações imobiliárias e depósitos em espécie a operadores financeiros.
Segundo a PF, a OS Aceni seria controlada por Paulo Korek, do Água Santa, e por Anderson Luis Santana, por meio da AP Engenharia Clínica, empresa que é subcontratada pela Aceni.
A PF determinou o sequestro de bens e valores no total de até R$ 20 milhões e a proibição da OS investigada de contratar com o poder público.
Em nota, o prefeito Rodrigo Manga informou que “está havendo plena colaboração com as autoridades” envolvidas na operação desta quinta-feira, “para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais brevemente possível”.
“Vale destacar que a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional”, diz a nota. “Não é a primeira vez na história que vemos ‘forças ocultas’ se levantarem contra representantes que se projetam como uma alternativa ao sistema e dão voz ao povo”.
Assista:
Culpa do Lula
Em vídeo divulgado em suas redes sociais na manhã desta quinta-feira (10/4), ele disse que as denúncias que deram origem à operação foram feitas após ele lançar sua pré-candidatura à Presidência da República.
“Foi eu lançar minha pré-candidatura à Presidente da República, pontuar em terceiro lugar nas pesquisas internas, em segundo lugar para o governo do estado, que mandaram a Polícia Federal aqui em casa por causa da ‘denúncia da denúncia da denúncia’ e acharam algumas coisas aqui em casa: bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon que o meu filho tanto ama”, falou.
O prefeito afirmou que vai intensificar sua candidatura e que não tem medo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou das autoridades que “estão incomodadas com a sua ascensão”.