Campo Grande – Adélio Bispo de Oliveira, que esfaqueou o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018, continuará detido na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) até 2038. A Justiça prorrogou por mais 15 anos sua internação, mesmo sem condenação formal, devido a laudos psiquiátricos que o consideraram inimputável.
Mesmo com a nova decisão, a execução penal apresenta falhas. O sistema oficial SEEU não registra o tempo de internação, apenas informa como “tempo indeterminado”. Relatórios anexados mostram que a pena não foi computada, o que gera questionamentos sobre a regularidade do processo.
Isolamento e deterioração mental
Adélio cumpre internação por transtorno delirante persistente. Vive isolado em uma cela de 6 m². Ele se recusa a tomar medicamentos, não participa dos banhos de sol e diz aos agentes: “Não sou doido”.
Informações sobre o estado de saúde de Bolsonaro, como cirurgias após o atentado, chegaram até ele por meio de terceiros. A penitenciária de Campo Grande possui a melhor estrutura entre as unidades federais para o tipo de custódia que ele cumpre.
Sem livros, visitas ou contato
Nos últimos 12 meses, Adélio não recebeu nenhuma visita familiar. Também não leu livros ou interagiu com outros internos. Os agentes relatam que sua condição mental piora com o tempo. Apesar disso, não há previsão para sua transferência a outra instituição.
Os laudos médicos sobre sua saúde permanecem em sigilo sob custódia da Polícia Federal. Atualmente, Adélio tem 46 anos. Pela legislação, ele deve ser mantido em regime de internação até completar 60, limite legal para esse tipo de custódia.
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