Investigado pelos crimes de agiotagem, extorsão, tortura e lavagem de capitais, um grupo criminoso do Rio Grande do Sul (RS), composto por mais de 40 pessoas, “caçava” clientes devedores. Segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS), a organização criminosa, que foi alvo da Operação Sísifo nessa quinta-feira (10/4), publicava anúncios em aplicativos de mensagens oferencendo valores para quem fornecesse informações sobre o paradeiro de determinadas pessoas.
Após localizar os devedores, o grupo iniciava as agressões psicológicas e físicas. A tortura era filmada do início ao fim para coagir outros devedores, caso estivessem inadimplentes com o grupo criminoso.
Conforme apontam as investigações, o grupo criminoso movimentou, por meio de diversas contas bancárias, mais de R$ 40 milhões nos últimos anos. Os valores ilícitos, retornaram a economia formal, por outras contas bancárias. Os criminosos também adquiriram bens em nomes de terceiro e ocultaram patrimônio por meio de atos públicos.
O grupo criminoso utilizava uma empresa produtora de eventos para a lavagem de capitais. Segundo o delegado João Paulo de Abreu, os investigados usavam o crime de agiotagem para alavancar os ganhos de suas atividades criminosas, retroalimentando a economia do crime com recursos ilícitos.
Nessa quinta (10), os mandados de busca foram cumpridos em oito cidades do Rio Grande do Sul — Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Tramandaí, Viamão, Cachoeirinha, Canoas e Guaíba.
A polícia prendeu 15 investigados e apreendeu diversos veículos, quatro embarcações e mais de R$ 170 mil em espécie, além de eletrônicos e 10 imóveis. “Nossa operação foi complexa e muito importante para desbaratar a organização criminosa”, afirmou o delegado.